Conforme a revista, presidente intercedeu para angariar de forma ilegal R$ 12 milhões para a campanha de 2014
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP Memória
Em nota à imprensa lançada no fim de semana, a presidente afastada Dilma Rousseff garante serem “mentirosas e infundadas” as informações veiculadas, a partir de sexta-feira, pela revista IstoÉ, baseadas na delação premiada do empresário Marcelo Odebrecht, na qual ele cita que a petista intercedeu pessoalmente para angariar de forma ilegal, junto à empreiteira, R$ 12 milhões para a campanha eleitoral de segundo turno à Presidência da República, em 2014.
Dilma voltou a acusar a revista de veicular informações “de maneira seletiva, arbitrária e sem amparo factual”. A presidente reitera, no comunicado, que jamais intercedeu pessoalmente junto a qualquer pessoa ou empresário buscando benefícios financeiros para si ou para qualquer pessoa”. Dilma também fala que vai tomar as “medidas judiciais cabíveis para reparar os danos provocados pelas infâmias” lançadas contra ela. E finaliza dizendo que cabe aos acusadores provarem o que chama de “calúnia” difundida pela “imprensa sem compromisso com a verdade”.
Segundo a IstoÉ, o tesoureiro da campanha da petista, Edinho Silva, cobrou R$ 12 milhões de Odebrecht, entre o 1º e 2º turnos, para fazer um pagamento “por fora” para o marqueteiro João Santana e para o PMDB. À época, segundo revista, a empreiteira já havia feito uma doação de R$ 14 milhões à campanha, mas o caixa precisou ser reforçado para a batalha do segundo turno. O empresário se recusou a fazer o repasse, mas resolveu passar a versão a limpo.
Dias depois, em encontro pessoal com Dilma, o empreiteiro e a presidente afastada mantiveram a seguinte conversa, conforme a delação:
“— Presidente, resolvi procurar a senhora para saber o seguinte: é mesmo para efetuar o pagamento exigido pelo Edinho?” — perguntou Odebrecht.
“— É para pagar” — respondeu Dilma.
O executivo decidiu fechar em março o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, após ser condenado pelo juiz Sérgio Moro a 19 anos e 4 meses de cadeia. A empresa também afirmou que vai buscar colaborar com a Justiça e atualmente negocia um acordo de leniência, o que vai levar outros executivos a também prestarem depoimento.
De acordo com a revista, a delação “atesta que a presidente afastada não apenas sabia como atuou pessoalmente numa operação criminosa”. O acordo de Odebrecht com a Justiça foi firmado na última semana, segundo a IstoÉ, mas ainda precisa ser homologado pelo ministro Teori Zavascki.
Confira, na íntegra, a nota lançada no fim de semana pela presidente afastada Dilma Rousseff:
NOTA À IMPRENSA
São mentirosas e infundadas as informações veiculadas pela imprensa neste sábado, 4 de junho, noticiando que a Presidenta Dilma Rousseff teria pedido pessoalmente ao empresário Marcelo Odebrecht a doação de R$ 12 milhões para a campanha da reeleição presidencial em 2014.
A base desta calúnia seria a suposta delação feita pelo empresário ao Ministério Público Federal. Mais uma vez são veiculadas informações de maneira seletiva, arbitrária e sem amparo factual.
A Presidenta da República Dilma Rousseff reitera: JAMAIS intercedeu pessoalmente junto a qualquer pessoa ou empresário buscando benefícios financeiros para si ou para qualquer pessoa.
A ofensiva de setores da mídia com o objetivo de atacar a honra pessoal da Presidenta Dilma Rousseff não irá prosperar. Está fundada numa calúnia. Cabe aos acusadores provarem as várias denúncias, vazadas de maneira seletiva, covardemente trazidas por veículos da imprensa que não têm compromisso com a VERDADE.
A Presidenta Dilma Rousseff anuncia que irá tomar as medidas judiciais cabíveis para reparar os danos provocados pelas infâmias lançadas contra si. Ela se mantém firme porque sabe que não há nada que possa incriminá-la. Sua trajetória política mostra seu sincero compromisso com as práticas republicanas, o combate à corrupção e a defesa da democracia brasileira.
Assessoria de imprensa
Presidenta Dilma Rousseff
Correio do Povo