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quarta-feira 15 maio 2024
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Diário de uma coroa Aventuras de dois sessentões-Viviane M Foresti

Diário de uma coroa
Aventuras de dois sessentões

A imagem pode conter: carro e texto

Bem, me considero uma pessoa moderada, na vida pessoal, na política, alguém que sempre anda em linha reta, sem grandes desvios pelo caminho.
Mas isso não quer dizer que não tenha sonhos de uma vida mais alternativa, tipo road movie, tipo “Sem Destino” o clássico filme dos anos 70 ou “Thelma e Louise”, sem o final trágico.
E este meu sonho sempre se passou no Atacama.
Então finalmente fomos para lá.
Quatro sessentões, todos em boa forma em sua própria auto-imagem, antes que as dores aqui e ali nos impedissem de viajar e de respirar nas altitudes.
Com as facilidades do mundo moderno, reservamos o hotel em um site de viagens em hotéis separados pois eu e meu marido resolvemos de última hora.
Nesse site, nosso hotel se anunciava como um hotel fazenda, novo em folha, porém a única foto que postava era do banheiro e isso me conquistou em vez de me alertar. Não preciso luxo, mas um bom banheiro é essencial.
Bem, chegamos à noite e não tinha me dado conta que o hotel não tinha número, só o nome da rua e o motorista do transfer nunca tinha ouvido falar do mesmo. Já com a “pulga atrás da orelha” busquei em meus papéis a reserva e achei um número de telefone e pedi para o motorista ligar. Graças a Deus, pelo menos o hotel existia!
A felicidade durou pouco. Paramos em frente a um mercadinho recuado na rua. Achei estranho, mas a van nos largou ali e foi-se embora. Como não tínhamos alternativa entramos para pedir informações e para nosso espanto era ali mesmo. Cruzamos um imenso portão feito de madeira velha e entramos em um pátio escuro, que servia de depósito de cacarecos.
Os únicos animais da “dita” fazenda eram dois filhotes de pastor e quatro gatinhos que dormiam em um conjunto de sofás abandonados em um canto.
Já estávamos apavorados quando no fundo vimos uma pequena casa e esse era nosso hotel-fazenda. Aquele que oferecia um café da manhã “continental” e “amenidades” para o banheiro.Traduzindo: pão com manteiga e papel higiênico.
Honestamente, o quarto não era ruim, tinha até um closet e realmente era tudo novo apenas os janelões não trancavam e na primeira noite dormimos “encagaçados”.
Porém ao acordarmos, abrimos as cortinas do janelão e os dois cusquinhos nos esperavam abanando o rabinho e mais adiante uma linda Ferrari vermelha enfeitava o pátio e à luz do dia já não parecia tão assustador.
Acabamos ficando. Graças aos dois pestinhas carentes que nos conquistaram.
Viviane M Foresti

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