Apenas um dos advogados adiantou que dificilmente recorre da decisão da Justiça
Após a confirmação da Justiça de que os réus no caso Bernardo serão submetidos a júri popular, a defesa dos acusados evita falar sobre possíveis recursos à decisão. O advogado do pai do menino, Leandro Boldrini, Ezequiel Vettoreti, comunicou à reportagem que vai seguir se pronunciando apenas através do processo. Vanderlei Pompeo de Mattos, advogado da madrasta, Graciele Ugulini, garantiu que não foi comunicado da decisão mas reforçou que “a imprensa não vai receber declarações” da parte dele.
Já os advogados dos irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicks foram mais flexíveis: Demetryus Grapiglia, que defende Edelvânia, afirmou que ainda não recebeu a decisão da Justiça mas que pode se pronunciar depois de verificar o teor do material. Hélio Sauer, que defende Evandro, também alegou não ter sido comunicado mas afirmou que dificilmente recorre da decisão.
A decisão do juiz Marcos Luís Agostini leva os quatro réus à júri. Os encaminhamentos tentando desqualificar as denúncias foram refutados pelo magistrado.
Na sentença, o magistrado entende que há prova da materialidade e indícios suficientes de autoria em relação aos quatro réus. Assim, eles serão julgados pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri, onde os jurados decidirão se são culpados ou inocentes dos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (Leandro e Graciele), triplamente qualificado (Edelvânia) e duplamente qualificado (Evandro), ocultação de cadáver e falsidade ideológica (neste caso, só Leandro Boldrini), conforme a denúncia do Ministério Público.
Em maio, os quatro acusados foram interrogados pela Justiça. O primeiro a falar foi Leandro Boldrini, que relatou a relação ruim entre Bernardo e Graciele. Em seguida foi a vez de Graciele prestar depoimento e ficar em silêncio. Edelvânia também não respondeu a nenhum questionamento do juiz. Por último, Evandro contou que foi a irmã, Edelvânia, quem cavou o buraco onde Bernardo foi encontrado.
Relembre
Bernardo Uglioni Boldrini, de 11 anos, desapareceu em 4 de abril do ano passado, em Três Passos, e teve o corpo encontrado dez dias depois, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens de um rio. Edelvânia Wirganovicz, amiga da madrasta Graciele Ugulini, admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada.
Foi identificada, pela perícia, presença do medicamento Midazolam (sedativo) no estômago, rins e fígado da vítima. “Diante da prova produzida nos autos e os fundamentos apontados na presente decisão, não se pode afastar, de plano, a intenção de matar”, considerou Agostini.
Fonte Radio Guaiba