Eis que quem era pedra virou vidraça: A RBS e mais um punhado de grandes empresas estão diretamente envolvidas em um grande escândalo de corrupção.
A RBS, um dos principais grupos de mídia do país e afiliada da Rede Globo na Região Sul, é um dos alvos da Operação Zelotes, da Polícia Federal, que apura desvios de R$ 19 bilhões em impostos.
Segundo reportagem publicada neste sábado (28/03) no jornal Estado de S. Paulo, o grupo, presidido Eduardo Sirotsky, pagou R$ 15 milhões para obter um benefício fiscal de R$ 150 milhões – ou seja, uma relação de um para dez. Ao todo, os débitos fiscais da RBS somariam R$ 672 milhões. A empresa, no entanto, afirmou não haver “qualquer irregularidade” em suas relações com a Receita Federal.
Em sua página na internet, o grupo RBS foi evasivo e diz seguir “os mais elevados padrões de governança corporativa”, seja lá o que isso de fato signifique.
Óbvio que esta notícia não estará com nenhum destaque na capa da ZH dominical e também não veremos nas páginas do jornal uma foto com a família Sirotsky, estampada com letras garrafais “Corruptos”, se é que estará em algum lugar do jornal ou em qualquer outro das dezenas de veículos ligados a família.
Assim como seguramente a imprensa nacional, nos próximos dias, deverá discretamente retirar o já pouco destaque que a Operação Zelotes tem ganhado.
Como o escândalo envolve grandes empresas (em geral grandes anunciantes), parceiros de Instituto Millenium, e além disso não há nenhum agente político com algum grau de relação com o governo federal ou o partido dos trabalhadores, o “interesse público” não é afetado.
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