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quinta-feira 2 maio 2024
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Sarandi – CPI da Ciclovia ouve ex-prefeito Cardozo e atual prefeito Paulo Kasper.

Obra
que se arrasta desde março de 2011 já consumiu mais de R$ 1,1 milhão de
recursos e não tem prazo exato para a conclusão.
A
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que fiscaliza e investiga possíveis
irregularidades na construção da obra conhecida como a “Ciclovia do
Trabalhador” deu início a uma série de oitivas para coletar informações que
deverão complementar o processo investigativo. 

Desde o início do mês de outubro
já foram ouvidos funcionários municipais, engenheiros da Caixa Econômica
Federal, representes da empresa Andretta (responsáveis pela execução da obra)
e, na tarde do dia 26, a CPI esteve frente a frente com o ex-prefeito Leonir
Cardozo e o atual prefeito Paulo Kasper. Todos os depoimentos estão sendo
coletados junto a Câmara Municipal de Vereadores. 
Atuaram como representantes
da CPI, o Vereador Luiz Carlos Lucietto (Lica) que preside a referida Comissão,
acompanhado da Relatora do processo, Vereadora Denise Gelain e também da
Assessora Jurídica da Casa, Dra. Karina Toazza.

Inicialmente
foi ouvido o atual prefeito que, ao ser questionado pela relatora em relação à
qualidade da obra foi enfático ao responder: “Eu atesto a qualidade da obra sim. Pra mim, a obra é uma obra de boa
qualidade […]”. 
Logo em seguida, a Vereadora Denise informou que
documentos enviados pela equipe técnica da Caixa Federal apontam várias
deficiências na ciclovia, como é o caso da espessura, a qual está abaixo do que
foi previsto no projeto, dentre outros problemas. Em relação a isso Kasper
responde da seguinte forma: “Como eu não
sou técnico, eu não vou discutir. Mas eu volto afirmar que pra mim, a obra tem
qualidade sim, e acredito que no final da obra, se realmente ocorreram algumas
imperfeições, alguns problemas, no ajustamento final da obra isso será
acertado”
, prometeu Kasper.

Houve
também uma sequência de perguntas direcionadas ao atual prefeito que não foram
respondidas. A relatoria do processo questionou: “Nos deparamos com documentos da empresa solicitando várias
prorrogações. Porque o município aceitou tantas prorrogações?”
Diante disso
o prefeito se limitou a responder: “Não sei lhe informar”
Logo em
seguida Denise pergunta: Com relação ao atraso dos repasses (recursos), o
Senhor tem conhecimento dos motivos porque isso ocorreu? 
E novamente Kasper
responde: “Não tenho informação para lhe dar em relação a isso”
Ao ser
interrogado sobre o atraso na prestação de contas por parte do município, o
chefe do executivo restringiu-se novamente: “Também não tenho essa
informação. Acho que não”
.
Outra
questão abordada pela relatoria do caso diz respeito à pintura da pista, fato
este que gerou uma denúncia que aguarda o posicionamento do Ministério Público
local. Denise Gelain perguntou ao prefeito municipal: “Com relação à pintura da ciclovia – Na percepção do Senhor quem seria
o responsável?”.
A resposta de Kasper tomou outro viés: “Sendo sincero com a senhora: Se nós
tivemos um problema em relação a isso, esse serviço será refeito”. 
Na mesma
questão Denise reforça: “Mas o Senhor
entende que a responsabilidade era da empresa contratada?”.
E mais uma vez
Kasper sintetiza: “Não tenho essa informação”. Sobre este tema, ainda no ano de
2014 foi contratada uma empresa para a realização de pintura da pista cujo
valor chegou à casa dos R$ 44.960,00.
Logo
após foi também ouvido o ex-prefeito Leonir Cardozo, quem idealizou a
construção da obra. 
Ao ser questionado se a Ciclovia já havia sido inaugurada,
o ex- prefeito foi incoerente na resposta, dizendo que a referida edificação só
poderia ser de fato inaugurada após a conclusão, diferente do que ele mesmo
fizera durante a semana do município do ano de 2012. A seguir, a transcrição de
parte do depoimento prestado por Cardozo: “A inauguração de uma obra ela se dá com
base na entrega da obra, no recebimento da obra. E pelo que eu tenho de
informação, a obra não foi entregue ainda como concluída para a administração
municipal atual […]”
Logo
em seguida, a Vereadora Denise Gelain relembra Leonir Cardozo que ele, enquanto
prefeito já havia coordenado um ato de inauguração da pista. “Nós lhe perguntamos isso Cardozo, porque
quando o Senhor era ainda prefeito, em 2012, na semana do município, dentre as
programações, houve, dia 26 de junho, a inauguração da ciclovia do
trabalhador”,
contestou a relatora da CPI.
O projeto inicial da ciclovia previa a construção
de 4,7 km de pista, entretanto, só foram executados 2,3 km. Ao
falar sobre a importância da obra, Cardozo explicou que o projeto sonhado era
maior do que está sendo executado. Para ele, faltou uma parte. “Eu
gostaria de poder testemunhar agora no futuro, outro administrador tocando mais
uma etapa desta ciclovia
, disse o ex-prefeito. 
No
decorrer da oitiva, a relatora explica, através de observações técnicas que a
ciclovia, desde o início das obras vem apresentando problemas estruturais além
de um atraso significativo, já que o projeto teve início em março de 2011 e até
o momento não há previsão exata para a conclusão. 
Outro ponto observado foi o
alto custo da obra que até o momento ultrapassa o montante de R$ 1,1 milhão de
reais. 
Já em relação ao projeto inicial sonhado pelo ex-prefeito, a Vereadora
Denise fez a seguinte observação: “A sua
fala enquanto prefeito na época era utópica, de desejo. Ouvindo o Senhor falar,
a gente imagina uma ciclovia e, fotografando, indo até lá, a gente se depara
com outra realidade. 

Então, é preciso diferenciar o ideal do real”,
observou. Na sequência deste mesmo tema, Cardozo segue seu devaneio e faz uma
declaração relevante: “Cada um tem um período. Eu considero que a
minha missão eu procurei cumprir e faço votos que esta CPI, ela possa realmente
ficar marcada como a CPI que colocou fim a estas eventuais imperfeições e
irregularidades pontuais que existem nesta nossa ciclovia”,
destacou o
ex-prefeito.
De
acordo com os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito, ainda faltam
ser ouvidas mais três testemunhas para que em seguida possa ser montado o
relatório final da investigação. Enquanto as ações da CPI seguem seu curso, o
projeto da ciclovia do trabalhador permanece inacabado.

Assessoria de Imprensa PDT




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