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sexta-feira 22 novembro 2024
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Covid: Bolsonaro questiona interesse de “tarados” por vacina infantil

Presidente criticou recomendação da Anvisa e reiterou que a filha, Laura, de 11 anos, não vai se vacinar

Publicado por Ricardo Pont

Foto: Alan Santos / Palácio do Planalto

Um dia após o Ministério da Saúde anunciar a inclusão de crianças e adolescentes de 5 a 11 anos no plano de vacinação contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a medida, questionou o interesse por trás da imunização infantil, disse desconhecer mortes pela doença nessa faixa etária e reafirmou que a filha, Laura Bolsonaro, não vai ser vacinada.

As declarações foram dadas durante entrevista à TV Nova Nordeste.

“Eu pergunto: você tem conhecimento de criança de 5 a 11 anos que tenha morrido de Covid? Eu não tenho. Na minha frente tem umas dez pessoas, se alguém tem conhecimento, levanta o braço.

Ninguém levantou o braço”, disse.

O chefe do Executivo destacou os supostos efeitos colaterais da vacina e pediu para que pais e mães se atentem para isso. “Uma das questões que nós colocamos para que você, pai, tem que saber, é que a Pfizer não se responsabiliza por efeitos colaterais. E a própria Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] também diz que a criança pode sentir falta de ar e palpitações”, complementou.

Bolsonaro questionou, ainda, qual o interesse por trás da vacinação infantil. “O que está por trás disso? Qual o interesse da Anvisa por trás disso? Qual o interesse daquelas pessoas taradas por vacina? É pela vida? Pela saúde? Se fosse, estariam preocupados com outras doenças no país, mas não estão”, avaliou.

A agência já informou, diversas vezes, que a imunização infantil é segura e eficaz contra a Covid-19 e, inclusive, encaminhou ao Ministério da Saúde questionamentos sobre o tema e detalhamento de todo o cenário de aprovação e uso das doses.

Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, ao menos 1.148 crianças de até 9 anos já morreram de Covid-19 no país desde o início da pandemia. O número corresponde a um patamar baixo de óbitos pelo coronavírus, mas já supera o total de mortes infantis por doenças para as quais há imunizantes.

Nessa quarta-feira, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão das crianças e adolescentes no plano de vacinação, mas informou que a imunização não vai ser obrigatória, diferentemente de todas as outras vacinações infantis previstas pelo PNI (Plano Nacional de Imunizações). Dessa forma, cabe aos pais ou responsáveis dar o aval para a aplicação. O intervalo entre as doses vai ser de oito semanas.

Apesar de manter nas mãos dos pais a decisão de vacinar ou não as crianças, a pasta recuou em relação à cobrança de prescrição médica como condicionante para a aplicação.

FONTE R7



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