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quinta-feira 9 maio 2024
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Contas do governo atingem segundo maior déficit da história em meses de julho

Contas do governo atingem segundo maior déficit da história em meses de julho

Saldo, que reúne as contas do Tesouro, Previdência e Banco Central, fechou negativo em R$ 35,9 bilhões

Foto: Marcos Santos / USP Imagens / CP memória
As contas do governo federal registraram déficit primário em julho, quando a diferença entre as receitas e as despesas fica negativa, de R$ 35,9 bilhões.

Foi o segundo maior déficit primário de julho da série histórica, iniciada em 1997. Em 2020, em pleno auge da pandemia de Covid-19, o recorde negativo havia sido de R$ 109,646 bilhões no mesmo mês.

Nos sete primeiros meses do ano, o resultado primário registrou déficit de R$ 78,2 bilhões, o pior resultado desde 2021 em termos reais, quando chegou a R$ 82,9 bilhões.Em julho, as receitas tiveram queda real de 6,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, houve baixa de 5,3%. Já as despesas cresceram 31,3% em julho, já descontada a inflação, chegando a R 196,3 milhões. No acumulado de 2023, o governo gastou 8,7% a mais.O subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, David Athayde, disse que a deterioração nas receitas na comparação de 2023 com 2022 está relacionada a arrecadações atípicas no ano passado que não se repetiram nos últimos meses, principalmente na área de commodities, com destaque para o setor de petróleo.

Em 12 meses até julho, o governo registra um déficit primário de R$ 97 bilhões, equivalente a 0,95% do PIB.

No INSS, as contas fecharam com déficit de R$ 43 bilhões, no mês passado. Nos primeiros sete meses, o negativo acumulado atinge R$ 208 bilhões.

Houve alta nos gastos com benefícios previdenciários, precatórios, de abono salarial e seguro-desemprego, sob efeito de mudanças no calendário de pagamento. Também cresceram as despesas com o Bolsa Família e repasses a governos regionais, conforme o governo.Segundo Athayde, o aumento intenso dos gastos também teve impacto significativo das mudanças de calendários de desembolso do governo entre os dois anos, distorção que vai ser anulada até o fim do ano.

As despesas sujeitas ao teto de gastos subiram a 12,5% no acumulado do ano até julho na comparação com o mesmo período de 2022, segundo o Tesouro Nacional.

Pela regra do teto, o limite de crescimento das despesas do governo é a variação acumulada da inflação no ano passado. Porém, como o governo não ocupou todo o limite previsto em anos anteriores, na prática há uma margem para expansão de até 18,5%.

Apesar da piora nos dados, Athayde afirmou que os resultados seguem em linha com o objetivo da Fazenda de encerrar o ano com déficit de 1% do PIB (Produto Interno Bruto), equivalente a R$ 100 bilhões.A regra do teto vai ser substituída pelo novo arcabouço fiscal, que espera sanção presidencial após ter sido aprovado no Congresso Nacional. Pela nova regra, as despesas serão limitadas a 70% do crescimento real das receitas em 12 meses até junho do ano anterior, com piso de 0,6% e teto de 2,5%.

FONTER7, com AE e Reuters




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