Brigada Militar e Polícia Civil devem ter reforço de 5,3 mil homens em 2018
O anúncio do governador José Ivo Sartori de um novo concurso para a área da Segurança Pública foi recebido com otimismo pelas chefias da Polícia Civil e Brigada Militar. As 6,1 mil vagas serão divididas entre 4,1 mil para soldados e 200 oficiais da Brigada Militar; 450 vagas para soldado e 50 para oficiais do Corpo de Bombeiros; e, mais 1,2 mil vagas para agentes e 100 para delegados da Polícia Civil. De acordo com a SSP, os editais devem ser lançados em 30 dias.
Outros dois concursos já estão em andamento com 826 vagas, das quais 720 para Susepe e 106 para o Instituto Geral de Perícias. Até o final de 2017, 4 mil novos servidores terão ingressado na área.
“Com certeza é o maior concurso da área da segurança pública nos últimos 30 anos”, ressaltou. De acordo com José Ivo Sartori, a autorização para a abertura dos concursos com as 6,1 mil novas vagas “não significa que vai acontecer imediatamente, mas será ao longo do tempo, preparando o terreno para outros governantes”.
De acordo com ele, “a obrigação nossa é plantar a semente para o futuro”. O governador aproveitou para confirmar que serão chamados também 49 policiais militares e 75 bombeiros, todos suplentes restantes do último concurso público da BM.
José Ivo Sartori lembrou ainda que até o final deste ano outros cerca de 4 mil novos servidores terão ingressado na área da segurança pública. “Todos já sabem que já temos outros dois concursos em andamento: 826 vagas sendo 720 da Superintendência dos Serviços Penitenciários e 106 do Instituto-Geral de Perícias”, recordou”. A segurança pública é sim uma prioridade”, enfatizou, citando que a pasta foi a única que recebeu aumento de custeio, estimando em torno de 19% no orçamento de 2017. “Conseguimos com muito esforço pagar os reajustes salariais, que representam 31% de reajuste na remuneração”, assinalou.
Já o secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer, explicou que a reposição é necessária devido à carência de efetivo e à aposentadoria nas instituições da pasta. “Vamos repor de forma gradativa e automática”, prometeu, mas deixou claro que pretende agilizar a realização em si dos concursos na BM, PC e BMB. “Vamos tentar abreviar o máximo.
Minha expectativa é de que os editais sejam lançados em 30 dias e que os concursos estejam, em tese, concluídos em novembro, dezembro ou janeiro”, estimou, frisando que a validade dos mesmos é de até quatro anos. “Quem assumir o governo terá um banco de concursados para chamar imediatamente”, complementou. O secretário antecipou também que, em breve, será anunciado o início da ocupação da penitenciária em Canoas. Sobre a Força Nacional, com 200 policiais militares, ele disse que a tropa federal permanece por enquanto na cidade.
O Chefe de Polícia Civil, delegado Emerson Wendt, comemorou a abertura de 1,2 mil novas vagas para agentes e outras 100 para delegados. “Em um primeiro momento, estamos muito felizes com o anúncio”, afirmou. Apontando o problema das aposentadorias na corporação, Emerson Wendt entende que os novos servidores vão recompor o efetivo. Conforme ele, os critérios para a futura distribuição dos novos servidores não foram por enquanto discutidos. “Certamente vamos trabalhar com os locais de maiores índices de criminalidade e de carência de efetivo”, adiantou.
Já o Comandante-Geral da Brigada Militar, coronel Andreis Silvio Dal’Lago, declarou que o significado da abertura de 4,1 mil vagas para soldados e 200 para oficiais é “muito para a corporação pois os últimos concursos públicos da BM eram insuficientes para recompletar o número de policiais que saiu”. Segundo ele, a expectativa é de que inicie a real recuperação do efetivo da BM. Os novos brigadianos serão distribuídos nas regiões com maiores indicadores de criminalidade. “Vamos também para o Interior”, assegurou, acrescentando que a sensação de segurança será perceptível.
Com a entrada pelo menos de parte das 4,1 mil vagas para soldados, o coronel Andreis Silvio Dal’Lago garantiu que o novo contingente vai melhora a atuação da BM. Ele acrescentou que 1.060 novos policiais militares, que ingressaram no ano passado, estão se formando no dia 20 deste mês. Já outros 500 brigadianos são remanescentes do último concurso e devem se formar em fevereiro do próximo ano. “Até o final de 2018 teremos uma polícia ostensiva diferente”, previu.
Responsável pelo Comando de Bombeiros Militar, o coronel Adriano Krukoski Ferreira considerou importante que o futuro acréscimo de efetivo, com 450 vagas para soldado e 50 para oficiais, vai reverter a curva descendente de pessoal. “Vamos melhorar o trabalho de prevenção e não fechar quartéis”, afirmou, lembrando que o CBM já recebeu agora 272 novos bombeiros e virá outros 75 remanescentes.
“É um momento histórico para a Brigada. A Brigada, nas últimas décadas, vem encolhendo na sua capacidade operativa devido à defasagem humana”, afirmou o comandante da BM, Andreis Dal’Lago. “Com este anúncio, além da formatura de 1060 PMs neste mês, e os 500 que se formam em fevereiro, somando todo este potencial humano, começamos a reverter a lógica complementou. De acordo com ele, apenas neste ano cerca de 800 brigadianos se aposentaram.
Segundo ele, os 4,1 mil soldados projetados para a Brigada Militar não devem ingressar na corporação todos na mesma hora. Mas, caso o governo acene desta forma, a BM garante que há a possibilidade de treinamento para todos ao mesmo temo. Dal’Lago salientou que são sete meses de preparação. Quanto aos 200 oficiais previstos no concurso, o coronel disse que seria bom se entrassem de 80 a 100 por vez.
Polícia Civil
A Polícia Civil gaúcha atualmente conta com efetivo de quase 5,2 mil agentes – cerca de 50% do previsto na legislação. “A ideia é justamente não só recompor o efetivo, mas também realocar policiais onde faltam”, afirmou o delegado Emerson Wendt, chefe da Polícia Civil. Conforme ele, a PC costuma registrar menos de 500 aposentadorias por ano.
Com os futuros agentes, além de recomposição, a polícia deverá ganhar efetivo, que será alocado nas delegacias já existentes e de determinadas áreas: “Certamente vamos trabalhar nos locais dos maiores índices de criminalidade e carência de efetivo”, afirmou.