Retomada do diálogo irá incluir temas como complementação econômica, fronteiras e integração, cultura, entre outros
Chile e Bolívia, que carecem de relações diplomáticas formais desde 1978, decidiram retomar o diálogo suspenso em 2010 com um novo roteiro que deixa de fora a centenária demanda marítima da parte boliviana, informou nesta sexta-feira o ministro das Relações Exteriores chileno, Andrés Allamand.
“Para normalizar as relações bilaterais entre a Bolívia e o Chile, na sexta-feira, 30 de abril, delegações do Estado Plurinacional da Bolívia e da República do Chile se reuniram em La Paz”, revelou Allamand em entrevista coletiva no Palácio do governo de La Moneda, em Santiago.
Durante as reuniões em La Paz, “a delegação chilena reiterou à sua contraparte que para o Chile a aspiração marítima boliviana era uma questão definitivamente resolvida”, depois de uma decisão final na Corte Internacional de Haia, afirmou Allamand, que esclareceu que este novo diálogo não significa que as relações diplomáticas formais sejam retomadas.
“Mantendo nosso posicionamento histórico e inalienável para a reivindicação marítima (…), o Estado Plurinacional da Bolívia e a República do Chile têm explorado várias iniciativas de integração. Nesse sentido, concordamos em avançar um roteiro para 2021 que será desenvolvido nas instâncias estabelecidas bilateralmente”, respondeu o ministro das Relações Exteriores boliviano, Rogelio Mayta, a partir de La Paz.
A retomada do diálogo inclui a celebração da XXIII Reunião do Mecanismo de Consulta Política – cuja última reunião ocorreu em 2010 -, a XV Reunião do Comitê de Fronteiras e Integração, assim como o restabelecimento dos grupos de trabalho e mesas técnicas para tratar questões de interesse comum.
O roteiro, que deixa de fora a questão marítima, inclui também temas como complementação econômica, fronteiras e integração, cultura, meio ambiente, recursos hídricos, turismo, educação, ciência e tecnologia, cooperação policial em matéria de contrabando e drogas.