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domingo 24 novembro 2024
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Cerveró delata Dilma e filho de FHC em depoimento na Lava Jato liberado pelo STF

Instituto FHC e assessoria da presidente afastada ainda não se manifestaram

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo dos depoimentos de acordos de delação premiada do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Nos depoimentos, ele citou a presidente afastada Dilma Rousseff, um filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além de outros políticos já investigados na Operação Lava Jato.

Em troca das informações prestadas, Cerveró pode deixar a prisão no dia 24 de junho, mas deve devolver aos cofres públicos cerca de R$ 17 milhões, como forma de ressarcimento pelos desvios. Cerveró citou em um dos depoimentos de delação premiada supostas irregularidades ocorridas durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Cerveró é um dos delatores da Operação Lava Jato e disse que fechou a contratação de uma empresa ligada ao filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, por orientação do então presidente da estatal Phillipe Reichstul.
Ele disse aos aos investigadores que, em 1999 ou 2000, passou a tratar com o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, sobre a contratação da empresa espanhola Union Fenosa em um projeto da TermoRio, usina termelétrica operada pela estatal. Segundo o delator, todos previam fechar o negócio, mas a empresa do filho de FHC acabou sendo a contratada.
Em nota, o Instituto FHC informou que não conseguiu contato com o ex-presidente, que está em viagem ao exterior.
Dilma
Em um dos depoimentos, Cerveró também afirmou que integrantes do Conselho de Administração da Petrobras durante a compra da refinaria Pasadena, nos Estados Unidos, tinham conhecimento das cláusulas do contrato de compra, entre eles a então presidente do colegiado, Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia e presidente do conselho por ocasião da aquisição da refinaria.
“Não havia dúvida nenhuma quanto à aquisição da Refinaria de Pasadena. Os membros do Conselho de Administração tinham consciência das cláusulas put option e malin; Não corresponde à realidade a afirmativa de Dilma Rousseff de que somente aprovou a aquisição porque não sabia dessas cláusulas”, disse o delator.
A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de Dilma e espera retorno.
No mês passado, o ministro Teori Zavascki decidiu arquivar outras citações contra a presidente Dilma Rousseff sobre a refinaria de Pasadena, feitas pelo senador cassado Delcídio do Amaral.
O ministro atendeu pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. De acordo com o procurador, não é possível investigar durante o mandato de Dilma fatos que não estão relacionados com o exercício da função.
Em um dos depoimentos de delação, Delcídio declarou que a presidenta Dilma tinha “pleno conhecimento” do processo de compra da Refinaria da Pasadena, nos Estados Unidos, que gerou prejuízos para a estatal.
Dilma sempre sustentou que os esclarecimentos sobre a compra da Refinaria de Pasadena pela Petrobras, em 2014, já foram devidamente prestados, embasados em documentação do Conselho de Administração da Petrobras.
Rádio Guaiba



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