Caso das joias: Bolsonaro fala em autonomia de Cid
Ex-presidente disse que quer esclarecer rapidamente questão investigada pela Polícia Federal
Nessa quinta, o advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, disse que o cliente pretendia confessar à Polícia Federal (PF) que agiu em nome de Bolsonaro. Já nesta sexta, o criminalista recuou da afirmação anterior, explicando que a confissão não vai tratar das joias.Bolsonaro, que está em Goiânia para ser homenageado, afirmou que quer esclarecer o mais rápido possível o caso. A pedido da PF, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes quebrou o sigilo bancário e fiscal do ex-chefe de Estado e da esposa dele, Michelle Bolsonaro.Questionado sobre como se sentia diante das revelações de Mauro Cid, Bolsonaro respondeu com outra pergunta. “O que você acha?”, reagiu. Ao Estadão, ex-presidente disse que não há ilegalidade nas joias que recebeu na época em que era o comandante da nação.
Ele até cita uma portaria de 2018, do ex-presidente Michel Temer, que tipifica pedras preciosas como itens personalíssimos. Apesar disso, não respondeu se cometeu crime depois de 2021, ano em que o governo dele próprio revogou a norma.Já o Tribunal de Contas da União (TCU), ao analisar diferentes decretos feitos em 2016, decidiu que presentes recebidos em agendas e viagens oficiais devem ser incorporados ao patrimônio da União, ainda que sejam dados ao presidente.Dentre os itens de natureza personalíssima há exceções. Conforme o TCU, “medalhas personalizadas, bonés, camisetas, gravata, chinelo e perfumes. Para que o chefe de estado possa ficar com o material recebido, é preciso que seja algo pessoal e que também tenha um valor baixo”.