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sábado 23 novembro 2024
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Carta ao Papai Noel- Viviane M FIresti

Carta ao Papai Noel

Meu querido papai Noel, passei a minha infância toda acreditando em tua existência e esperando com ansiedade a tua vinda no dia de Natal.
Dia em que comemorávamos o nascimento de Jesus e, de lambuja, tu aparecias para nos presentear, com pequenos regalos, de acordo com o nosso bom comportamento.
Com o tempo fui perdendo a fé nos teus poderes. Para que servia ter uma fábrica de brinquedos se os distribuías de maneira tão desigual? 
Onde estava a tua magnitude, a tua sabedoria?
Dando um salto no tempo, meu neto andou me questionando do porquê não poder pedir nada caro para ti. Para salvar a tua pele, retruquei que tu tinhas que atender a milhões de crianças, e que deverias tentar ser justo, de modo que se quisesse algo caro, deveria pedir diretamente a papai e mamãe.
Ao que ele me respondeu: “bah vovó, acho que papai Noel não existe, essa história não tá bem explicada, tô achando que tudo não passa de uma lenda, assim como o Saci Pererê e o Jesus Cristo”.
‘Cramento! Como diria o vô Luís.
Mas que associação maluca é esta?
É para veres como andas desacreditado.
E essa proliferação de sósias pelos Shoppings?
(Onde muitas vezes os verdadeiros pais são obrigados a penar em longas filas para fotografar seus pitocos em teu colo.)
Todos gordinhos, com barbas cultivadas durante o ano, carteira assinada e até sindicato dos papais noéis!
Sem falar nos famigerados imitadores nas ruas centrais, com suas roupas puídas e barbas falsas, falando Ho Ho Ho a cada vez que uma criancinha se aproxima, no colo da mãe, e que logo se põe a berrar assustada com a tua figura decadente.
Deixaste tua imagem ser degradada em troca de uma exposição massiva e de um consumismo devastador.
Está na hora de segurar as rédeas de tuas renas, desacelerar o trenó e voltar às origens, cobrar de todos um bom comportamento, e como galardão, alguns pequenos mimos.
Só assim serás respeitado novamente.
Viviane M Foresti

 




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