Missão durou seis dias e é considerada crucial para restaurar a reputação do gigante aeroespacial
A nave espacial Starliner, da Boeing, aterrissou nesta quarta-feira (25) no deserto do Novo México, nos Estados Unidos, após uma missão não tripulada considerada crucial para restaurar a reputação do gigante aeroespacial depois de vários fracassos.
Após seis dias de missão, a cápsula pousou na base de White Sands às 16h49 locais (19h49 do horário de Brasília). Sua descida foi freada por grandes paraquedas e então seus airbags foram inflados.
A missão Orbital Test Flight 2 (OFT-2) era o último obstáculo a ser superado pela Starline antes de levar humanos em outra missão de teste, que pode ocorrer ainda este ano.
O Starliner se acoplou à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) na sexta-feira, um dia depois de decolar do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
Durante o fim de semana, os astronautas a bordo da plataforma de pesquisa abriram a escotilha e “cumprimentaram” os passageiros da cápsula: Rosie the Rocketeer, um manequim equipado com sensores, e um bicho de pelúcia chamado Jebediah Kerman, um personagem de videogame e indicador de gravidade zero da nave.
A espaçonave trouxe de volta mais de 270 kg de carga, incluindo tanques reutilizáveis que fornecem ar respirável para os membros da tripulação da estação, que serão reformados e levados novamente em um voo futuro.
Enquanto sobrevoava o Oceano Pacífico, a Starliner iniciou uma manobra de desorbitação e ejetou seu módulo de serviço descartável, deixando o módulo de tripulação restante para suportar temperaturas de cerca de 1.650 graus Celsius durante a reentrada atmosférica.
Após perder a maior parte de sua velocidade, lançou uma série de paraquedas que culminaram em seus três gigantescos paraquedas principais, vermelhos, brancos e azuis. A 3.000 pés de altura, se desprendeu de seu escudo térmico de base, revelando airbags que facilitaram um pouso suave.
No entanto, a missão não foi isenta de contratempos, que as equipes da Nasa e da Boeing planejam examinar minuciosamente para verificar se podem causar problemas no futuro.
Ainda assim, as falhas foram menores em comparação com os problemas que a Starliner teve durante seu primeiro lançamento de teste em 2019, quando um bug de software fez com que ele queimasse combustível demais para chegar ao seu destino, e outro quase destruiu o veículo durante a reentrada.
A Nasa busca certificar a Starliner como um segundo serviço de “táxi” para astronautas até a ISS, função já exercida pela empresa SpaceX, de Elon Musk, desde o sucesso em 2020 de sua missão de teste com a cápsula Dragon.
Correio do Povo