Bolsonaro processa por calúnia hacker que o acusou de grampear Moraes
Processo corre no 3º Juizado Especial Criminal de Brasília
“O presidente entrou em contato comigo. Nesse contato, segundo ele, teria um grampo do ministro Moraes. Segundo ele (Bolsonaro), teria conversas comprometedoras do ministro e eles precisavam que eu assumisse a autoria desse grampo”, disse Delgatti na comissão parlamentar.
O advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, que representa o ex-presidente, argumenta que a acusação “mentirosa” ofendeu a honra de Bolsonaro. O criminalista alega que a repercussão na internet e na imprensa torna a calúnia ainda mais grave.
“A defesa do presidente Bolsonaro se mostra indignada com as declarações mentirosas, irresponsáveis e evidentemente dirigidas do senhor Delgatti, razão porque houve por bem promover a queixa por crime de calúnia”, reforça o advogado.
Delagatti também acusa Bolsonaro de ter prometido assinar um indulto para o caso de ele conseguir invadir os sistemas da urna eletrônica. O hacker alega que se encontrou com o então presidente no Palácio do Planalto para tratar sobre a invasão.
Ele também afirmou que aceita uma acareação com Bolsonaro na comissão parlamentar. Em entrevista, ex-presidente afirmou que “se tiver que fazer, a gente faz”, mas questionou uma acareação apenas com base na palavra do hacker. “É um estelionatário contumaz”, reagiu.
Walter Delgatti ficou conhecido por hackear os celulares da força-tarefa da Lava Jato e do então juiz Sergio Moro. Pelo crime, ele recebeu pena de 20 anos de prisão.