Presidente fez afirmação durante discurso na posse do novo PGR, Augusto Aras
O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta quarta-feira, a integrantes do Ministério Público Federal, para que, se detectarem alguma irregularidade, informem o governo antes de tomarem alguma medida judicial. O pedido foi feito na cerimônia de posse do procurador-geral da República, Augusto Aras. “O apelo que eu faço apenas a todos do MP: é importante investigar, é importante fazer cumprir a lei, mas, por muitas vezes, se nós estivermos num caminho não muito certo, e muitas vezes estamos fazendo aquilo bem intencionados, nos procurem para que possamos corrigir”, disse Bolsonaro. “Corrigindo é muito melhor do que uma possível sanção lá na frente. Somos humanos, erramos”, completou.
A cerimônia de posse do novo chefe do Ministério Público Federal foi marcada pela troca de afagos entre ele e o presidente que o indicou. Aras foi escolhido pelo presidente mesmo estando fora da lista tríplice eleita pela categoria. Em seu discurso, Bolsonaro disse que foi “amor à primeira vista”. O discurso do procurador-geral foi na mesma linha de Bolsonaro, ao defender um “Ministério Público atuante, mas responsável”. Aras também citou o enfrentamento à corrupção como uma prioridade, além de elogiar procuradores da Operação Lava Jato e o então juiz federal e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro – que não participou do processo de indicação do novo PGR.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o novo procurador-geral disse que “não parece crível” que o autor da facada em Bolsonaro tenha agido sozinho no atentado ou que a ação tenha sido um “surto”. A suspeita reproduz o discurso do próprio presidente sobre o episódio.
Xadrez
Na cerimônia, Bolsonaro voltou a fazer uma comparação entre a gestão do País e um jogo de xadrez. O presidente disse que Augusto Aras era a dama e ele próprio, Bolsonaro, o rei. “Rodrigo Maia (presidente da Câmara) é uma torre, e a outra torre é o (Davi) Alcolumbre (presidente do Senado). Cavalo, no bom sentido, é o Dias Toffoli (presidente do Supremo Tribunal Federal). Meus ministros são os peões”, acrescentou Bolsonaro. No fim desse raciocínio, o presidente pediu que “Deus ilumine Augusto Aras”. “A independência que tem de ter é a garantia do sucesso do cumprimento da missão.”
Correio do Povo