Conselho de Administração aprovou Caio Paes de Andrade, indicado do governo, para presidência da estatal nesta segunda
Após o Conselho de Administração aprovar Caio Paes de Andrade, indicado do governo para a presidência da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira (27), que a estatal vai ter uma nova dinâmica em relação aos combustíveis no país. Bolsonaro não apresentou mais detalhes de como a mudança ocorrerá.
Paes de Andrade será o quarto presidente da Petrobras na gestão de Jair Bolsonaro (PL) – sem contar o interino Fernando Borges. Antes dele, comandaram a empresa: José Mauro Ferreira Coelho, Joaquim Silva e Luna e Roberto Castello Branco. Todos deixaram o posto por causa de reajustes ao preço dos combustíveis.
A Petrobras adota o Preço de Paridade Internacional, o que faz com que o preço de gasolina, etanol e diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional. O modelo, no entanto, é alvo de críticas de Bolsonaro, que busca a reeleição nas eleições de outubro.
Uma das alternativas estudadas pelo governo federal é a possibilidade de alterar a Lei de Responsabilidade das Estatais (13.303/2016) por meio de uma medida provisória. A norma foi assinada em 2016 pelo então presidente Michel Temer e estabelece estatuto jurídico para empresas públicas e sociedades de economista mista que explorem atividade econômica da União, estados, Distrito Federal e municípios.
A mudança que o Palácio do Planalto analisa é a flexibilização dos critérios para indicação de integrantes da diretoria e do conselho da Petrobras, justamente a cúpula que pode alterar a política de preços vigente. Bolsonaro, no entanto, disse que não deve ser feito um “canetaço” com a Lei das Estatais.
O ex-presidente criticou a ideia discutida pelo governo, afirmou que a notícia lhe causou “tristeza cívica” e que a “iniciativa não deveria sequer ser cogitada”. “O que se espera do mundo político é que aperfeiçoe continuamente a legislação e as instituições brasileiras, não que promova retrocessos”, disse Temer.
Apesar de o conselho dar aval para o nome de Andrade, acionistas minoritários da Petrobras acionaram a Comissão de Valores Imobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Economia, contra o executivo. Segundo a ação, a indicação fere dois requisitos previstos no ordenamento jurídico: experiência profissional e formação acadêmica.
Andrade é formado em comunicação social pela Universidade Paulista, pós-graduado em administração e gestão pela Universidade Harvard e mestre em administração de empresas pela Universidade Duke.
Correio do Povo