Divisa norte-americana terminou o dia cotada a R$ 4,3205
Essa foi a terceira sessão seguida de queda no Ibovespa, que atingiu o menor nível desde 16 de dezembro, quando tinha fechado em 111.896 pontos. A última vez em que bateu recorde, em 23 de janeiro, o indicador estava em torno dos 119,5 mil pontos.
O Banco Central (BC) não tomou novas medidas para segurar a cotação. Nesta segunda, a autoridade monetária leiloou US$ 650 milhões para rolar (renovar) contratos de swap cambial – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro – com vencimento em abril. O leilão faz parte da rolagem de US$ 13 bilhões de swap que venceriam daqui a dois meses.
Nos últimos dias, o dólar subiu em nível global, principalmente diante das moedas de países emergentes, depois da divulgação da geração de emprego em janeiro nos Estados Unidos. No mês passado, a maior economia do planeta criou 225 mil vagas de trabalho, número superior à previsão de 158 mil novos postos.
O bom desempenho do mercado de trabalho norte-americano abre espaço para eventuais aumentos de juros pelo Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
Coronavírus
Na China, o receio de que o surto de coronavírus traga impactos para a segunda maior economia do planeta continua a afetar o mercado financeiro. O confinamento dos habitantes de diversas cidades afetadas pela doença reduz a produção e o consumo da China, mesmo com o fim das férias do ano-novo lunar. Apesar de muitos chineses terem voltado ao trabalho hoje, cidades inteiras continuam sob quarentena.
A expectativa de desaceleração da economia chinesa impacta diretamente países como o Brasil, que exporta diversos produtos, principalmente commodities (bens primários com cotação internacional) para o país asiático. Com menos exportações, menos dólares entram no país, pressionando a cotação.
Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.
Agência Brasil/Correio do Povo