Presidente dos EUA afirmou que há preocupações com postura chinesa
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira que passou “duas horas” ao telefone com o líder chinês, Xi Jinping, na primeira conversa entre os dois desde que ele chegou à Casa Branca. “Na noite passada (quarta-feira), estive duas horas ao telefone com Xi Jinping”, afirmou o presidente americano a repórteres no Salão Oval. “Se não fizermos nada, eles nos ultrapassarão.”
A Casa Branca disse que, durante a ligação, o presidente americano “ressaltou suas preocupações com as práticas econômicas coercitivas e injustas de Pequim, a repressão em Hong Kong, os abusos dos direitos humanos em Xinjiang e as ações cada vez mais agressivas na região, incluindo com relação a Taiwan.” Os dois também falaram sobre a pandemia, mudança climática e proliferação de armas.
Na versão chinesa da conversa, Xi ressaltou a necessidade de cooperação entre as duas potências e alertou para que os americanos não interfiram em assuntos relacionados à soberania da China e seus interesses, especialmente em Hong Kong e Taiwan.
Na quarta-feira, Hu Xijin, editor-chefe do tabloide Global Times, com forte ligação com o governo chinês, disse que a ligação de duas horas entre os dois era uma “mensagem muito positiva” e mostrava que os dois líderes buscaram uma “comunicação em profundidade”.
“Esta é uma mensagem muito positiva. O tempo de conversa significa que é muito mais do que uma cortesia. Os dois líderes se conheceram no passado e obviamente tiveram uma comunicação profunda desta vez. O fato de a conversa ter acontecido é muito construtivo”, escreveu Xijin no Twitter.
Competição
Biden conheceu Xi quando ainda era vice-presidente de Barack Obama. Agora na Casa Branca, ele está sob pressão para manter a política agressiva de seu antecessor, Donald Trump, em relação a Pequim. As duas maiores potências globais travam uma guerra comercial pelo domínio tecnológico e se enfrentam em temas como Hong Kong, Taiwan, disputas territoriais no Mar do Sul da China e relatos de violações dos direitos humanos da minoria muçulmana uigur na região de Xinjiang.
Biden e seu secretário de Estado, Antony Blinken, pretendem manter a rivalidade com a China que marcou a segunda metade do governo de Trump, mas tentam articular uma política comum com aliados europeus e asiáticos, como Japão e Índia.
Na quarta, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que o governo dos EUA está revisando a política comercial em relação à China, mas “não está com pressa” para concluir o processo. “Estamos competindo com a China”, declarou Psaki durante entrevista coletiva. “O presidente está ciente da profundidade desse desafio.”
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