Marlon Santos também confirmou que vai apurar conduta de parlamentar do PPL que disse ser comum, no Legislativo, recolhimento de parte dos salários de servidores em gabinete
O deputado Diógenes Basegio (PDT) depôs, na tarde desta segunda-feira, na sala da Comissão de Ética Parlamentar da Assembleia Legislativa.
O corregedor, deputado Marlon Santos (PDT), ouviu a versão do parlamentar sobre a suposta extorsão de funcionários de gabinete – o que Basegio desmente. Um dos advogados do parlamentar, Felipe Moreira de Oliveira, disse que entregou documentos e vídeos ao corregedor provando, segundo ele, que o ex-chefe de gabinete, Neuromar Gatto, autor das denúncias, agia de forma deliberada em relação aos gastos com dinheiro público.
De acordo com o ex-servidor, o deputado recolhia parte do salário dos funcionários em gabinete.
Também suspeito de extorsão, na época em que governou o município de Cachoeira do Sul, o corregedor da Assembleia não descartou novas diligências.
Ele reiterou que busca investigar as questões que envolvem a quebra do decoro parlamentar. Nesta terça, o deputado permanece em trabalho interno da Comissão.
O depoimento, de cerca de uma hora e meia, foi acompanhado pelo procurador da Assembleia, Fernando Bolzoni, e pelo diretor do Departamento de Comissões Parlamentares, Carlos Eduardo Chaise.
Segundo o advogado de defesa de Basegio, Santos negou acesso ao conteúdo do depoimento de Gatto. O corregedor sustentou que, no período investigativo, não cabe o acolhimento do pedido.
O corregedor destacou ainda que vai apurar a conduta do deputado estadual Miguel Bianchini (PPL), que afirmou em entrevista a uma emissora de rádio de Santiago que é comum, na Assembleia Legislativa, o recolhimento de parte dos salários de servidores de gabinete. Marlon Santos disse que as medidas serão severas, tanto para quem levanta suspeitas sem comprovar, quanto para quem comete irregularidades. O parecer de Santos deve sair na próxima semana.
Denúncias
Gatto denunciou o deputado pedetista ao divulgar, a um canal de televisão, imagens feitas com uma câmera escondida, em que mostra Basegio contando dinheiro supostamente devolvido por servidores, incluindo funcionários fantasmas da Assembleia. Depois das denúncias do ex-assessor, o deputado afirmou que Gatto foi exonerado por envolvimento em um esquema de fraude no uso do cartão para abastecimento de veículos em serviço.
Segundo a defesa de Basegio, as acusações são infundadas e o assessor chantageou o deputado depois que foi denunciado ao Ministério Público (MP) por uso indevido de dinheiro público
Fonte Radio Guaiba