Ordem foi dada pelo juiz Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato
Banco Central bloqueia R$ 30,8 milhões de Antonio Palocci | Foto: Heuler Andrey / AFP / CP
O Banco Central bloqueou R$ 30,8 milhões em contas bancárias do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e de sua empresa, a Projeto Consultoria Empresarial e Financeira Ltda. Em três contas pessoais de Palocci, a malha fina do Banco Central encontrou R$ 814.648,45. Na conta da Projeto, R$ 30.064.080,41.
O bloqueio ocorreu por ordem do juiz federal Sérgio Moro, no âmbito da Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato que coloca Palocci no centro de um esquema de corrupção envolvendo a empreiteira Odebrecht e propinas de R$ 128 milhões – parte desse valor teria abastecido o caixa do PT.
Na última segunda, o ex-ministro da Fazenda foi preso suspeito de ter atuado de forma direta para propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial Odebrecht nas mais diversas áreas de contratação com o Poder Público. Palocci e outras pessoas do que seu grupo político teriam sido beneficiados com vultosos valores ilícitos.
As investigações sobre o ex-ministro, na Lava Jato, apontam que Palocci tratava com a empreiteira Odebrecht assuntos relacionados a quatro esferas da administração pública federal:
a) a obtenção de contratos com a Petrobras relativamente a sondas do pré-sal;
b) a Medida Provisória destinada a conceder benefícios tributários ao grupo econômico Odebrecht (MP 460/2009)
c) negócios envolvendo programa de desenvolvimento de submarino nuclear – PROSUB;
d) e financiamento do BNDES para obras a serem realizadas em Angola.
A força-tarefa da Lava Jato sustenta que a atuação de Palocci e de seu ex-chefe de gabinete Branislav Kontic ocorreu mediante o recebimento de propinas pagas pela Odebrecht, dentro de uma espécie de ‘caixa geral’ de recursos ilícitos que se estabeleceu entre a Odebrecht e o PT.
Conforme planilha apreendida durante a operação, identificou-se que entre 2008 e o final de 2013, foram pagos mais de R$ 128 milhões ao PT e a seus agentes, incluindo Palocci.
“Remanesceu, ainda, em outubro de 2013, um saldo de propina de R$ 70 milhões, valores estes que eram destinados também ao ex-ministro para que ele os gerisse no interesse do Partido dos Trabalhadores.”
Correio do Povo