Avião com Marília Mendonça caiu por negligência e imprudência, aponta Polícia
Defesa da filha do piloto rebate argumentações. Inquérito acabou arquivado, uma vez que tripulantes também morreram
Já o delegado Sávio Assis Machado Moraes, também responsável pela investigação, supõe que a tentativa de garantir um pouso mais suave pode ter levado o piloto a adotar a manobra que causou o acidente.“O piloto tinha muita experiência em voos de maior porte. Isso pode ter sido fator contribuinte para tentar alongar a perna do vento, para gerar maior comodidade na aproximação e aterrissagem, visando o conforto dos passageiros”, sugeriu o delegado.
“Porém, ele não tomou consciência da linha de transmissão por não ter se atentado às cartas de voo previstas”, completou Moraes.
Defesa rebate
Em nota após a divulgação do inquérito, o advogado Sérgio Roberto Alonso, representante de Vitória Medeiros, filha do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, criticou as conclusões. Para ele, não há fundamento nas provas do inquérito e a investigação se mostra “até injuriosa com a imagem do Piloto e Copiloto”.“Este acidente ocorreu porque a Cemig instalou a rede de alta tensão na reta final do aeródromo de Caratinga na altitude do tráfego padrão que é de 1000 pés, cujo aeródromo não tinha Carta Visual de Aproximação.
Tanto isto é verdade que a Cemig seguiu a recomendação do CENIPA, sinalizou a linha em 01 de setembro de 2023; o Descea fez a Carta de Aproximação Visual; O Descea elevou a altitude do tráfego padrão de 1000 pés, para 1350 pés, uma vez que a altitude do tráfego padrão era a mesma da linha de transmissão. Se tudo isto tivesse sido feito anteriormente, não teria ocorrido o acidente”, completou o advogado.
Além de Marília Mendonça, morreram no desastre Henrique Bahia, produtor da cantora; Abicieli Dias, tio e assessor de Marília; o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.