PF afirma ter evidências de lavagem de dinheiro por parte do presidente, Padilha e Moreira Franco
Foto: Evaristo Sá / AFP / CP
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu autorizar o acesso da Comissão de Ética Pública da Presidência ao inquérito da Odebrecht que investiga o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia). No inquérito, concluído na última semana, a PF diz haver indícios da prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por parte de Temer, Padilha e Moreira Franco.
A investigação tem origem na delação de executivos da Odebrecht que afirmaram ter repassado recursos ilícitos da empreiteira para os três como contrapartida ao atendimento de interesses da Odebrecht pela Secretaria de Aviação Civil do governo emedebista.
No caso do presidente Temer, a PF mapeou a entrega de R$ 1,4 milhão para João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do emedebista. Para sustentar a tese, a PF ouviu o doleiro Álvaro Novis, dono da Hoya Corretora e responsável pelas entregas, e anexou conversas de telefone em que o próprio Lima aparece conversando com os entregadores de dinheiro nos dias dos repasses citados pelos delatores.
Em um dos áudios, o amigo de Temer pergunta a Márcio José Freira do Amaral, funcionário da Hoya Corretora, se haveria novos repasses de dinheiro. “Tem alguma previsão para mais alguma coisa ou não?”, questiona Lima. “Não, ainda não tenho informação nenhuma”, diz Amaral. No mesmo telefonema, o funcionário questiona Lima se as três “reuniões” haviam sido realizadas corretamente.
Correio do Povo