Após oito anos de discussão, Senado brasileiro aprova entrada da Bolívia no Mercosul
Brasil era o único país do bloco que não havia decidido sobre o assunto; proposta esperava votação no Congresso desde 2015
Atualmente, a Bolívia tem um vínculo de associação ao grupo, como Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana e Suriname. Isso significa que esses países não integram plenamente o Mercosul, mas podem formalizar acordos de livre-comércio com os membros e participar de encontros do bloco.
Segundo o relatório do senador Chico Rodrigues (PSB-RR), o ingresso da Bolívia no Mercosul “otimizará o comércio e a cooperação com Estado com população de mais de 12 milhões de pessoas e Produto Interno Bruto da ordem de 41 bilhões de dólares”. O parlamentar também cita a possibilidade de ampliação do mercado a empresas brasileiras, inclusive com o uso de energia mais barata.
“Existe um potencial enorme para o Brasil no comércio com a Bolívia. A Bolívia é um dos maiores produtores do mundo de prata, boro, antimônio, estanho, tungstênio, zinco e chumbo, tem a maior reserva de lítio do mundo. Além disso, a Bolívia é grande produtora de ureia e amônia para servir à agricultura brasileira”, completou. De janeiro a outubro de 2023, as exportações brasileiras para a Bolívia somaram US$ 1,5 bilhão. Já as importações da Bolívia somam US$1,2 bilhão.
O Senado também aprovou a criação de uma comissão de senadores que irá até a Bolívia para fazer as tratativas em relação aos detalhes da adesão do país ao grupo.