Até 15 de maio pacientes que já fazem uso da nitazoxanida poderão continuar retirando os remédios com receituário comum
A nitazoxanida, medicamento utilizado principalmente contra vermes e parasitas em crianças, é o medicamento ‘sigiloso’ que, conforme o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, vem apresentando resultados animadores em pesquisas sobre o combate à Covid-19. A droga, que vai começar a ser testado em humanos, nas próximas semanas, teve a venda restrita, nessa quinta-feira, em todo o País, pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa).
A partir de agora, as prescrições médicas de remédios à base de nitazoxanida (como o vermífugo Annita) vão precisar ser feitas em receita especial de duas vias. A regra incluiu esses medicamentos na lista de substâncias controladas, que não podem ser vendidas a qualquer pessoa.
Para evitar que tratamentos em curso sejam interrompidos, até 15 de maio pacientes que já fazem uso da nitazoxanida poderão continuar retirando os remédios com receita comum. Em todos os casos, o farmacêutico fica obrigado a registrar as entradas e saídas de estoques, além dos dados dos consumidores.
Nessa quinta, a reportagem do portal R7 teve acesso ao Projeto de Pesquisa registrado no Ministério da Ciência e Tecnologia que revela que o medicamento vai ser aplicado, durante cinco dias, a um grupo de pacientes, três vezes ao dia. As reações e desenvolvimentos clínicos registrados vão ser comparados com os de um grupo que não consumiu o vermífugo.
A nitazoxanida, que custa em média R$ 25 nas farmácias brasileiras, também é usada no combate a algumas infecções virais no sistema digestivo. Foi essa ação do medicamento que chamou a atenção dos pesquisadores. Eles fizeram testes com os componentes da fórmula por simulação de computador e em células em laboratório. Os estudos mostraram que o remédio desativa certas atividades do complexo celular do vírus, o que pode reduzir os efeitos no organismo da pessoa infectada.