Anderson Torres alega que Polícia Militar do DF não seguiu plano traçado para o 8 de janeiro
Segundo a defesa, ex-ministro respondeu às perguntas feitas e apresentou versão sobre os ataques
Torres é investigado por omissão dolosa e conivência nos atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, na capital federal. O ex-secretário disse também que o governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), sabia da viagem dele aos Estados Unidos em 7 de janeiro, e que as passagens foram compradas em 21 de novembro.
Torres disse ainda que não esqueceu o celular nos Estados Unidos, mas que o perdeu. Segundo ele, todas as conversas profissionais e pessoais que ele teve ficaram no aparelho.
Os advogados do ex-secretário, Demóstenes Torres e Rodrigo Roca, chegaram por volta das 10h ao 4º Batalhão de Polícia Militar do DF. O depoimento começou às 10h30min. O Ministério Público Federal (MPF) também participou da oitiva.
No primeiro depoimento, em 18 de janeiro, Anderson Torres ficou em silêncio. Desta vez, apresentou a versão dele sobre os ataques do dia 8.
O inquérito, aberto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, investiga a conduta de Torres na gestão da segurança pública do DF durante os atos de vandalismo. Mesmo tendo conhecimento das manifestações programadas por meio de redes sociais, o então secretário saiu do Brail.
À PF, o ex-secretário-executivo de Secretaria de Segurança Pública do DF Fernando de Sousa Oliveira disse que não recebeu orientação específica de Torres, e que o ex-ministro antecipou informalmente as férias, marcadas para começar em 9 de janeiro.
Além disso, Sousa contou que antes de deixar o Brasil, o ex-secretário não o apresentou aos comandantes das forças policiais nem ao governador Ibaneis Rocha (MDB).
Minuta do golpe
Anderson Torres também é investigado sobre o rascunho de um decreto, encontrado na casa dele, para mudar o resultado das eleições presidenciais de 2022. A Polícia Federal encontrou a minuta em 10 de janeiro, quando a corporação cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-ministro.
A princípio, Torres alegou que o documento fazia parte de uma pilha de papéis que ele pretendia triturar no Ministério da Justiça e Segurança Pública e que a revelação da minuta veio à tona “fora de contexto”.
Sobre o documento, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, também prestou depoimento à PF nesta quinta-feira. Ele chegou à sede da corporação por volta das 14h30min e saiu uma hora depois, sem falar com a imprensa. Ele disse em entrevistas que recebeu sugestões para mudar o resultado das eleições vencidas pelo presidente Lula, mas que sempre destruiu os documentos para evitar um mal entendido.
FONTE R7