Agergs e Aneel decidem por “fiscalização imediata” de serviços prestados pela CEEE Equatorial
Em duas reuniões, foram discutidas deficiências no atendimento da empresa após os ciclones de junho e julho
A reunião também teve a participação dos conselheiros Paulo Roberto Petersen e Alexandre Porsse, além do diretor-geral, Francisco de Araujo, e do gerente de Energia e Gás Canalizado da Agergs, Alexandre Jung, que explicitaram as deficiências da concessionária. Luciana Luso enfatizou a insatisfação generalizada com a CEEE Equatorial, relatando o testemunho de prefeitos, vereadores e usuários.
O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, não participou da reunião.Alexandre Jung disse que a concessionária descumpriu o plano de resultados e defendeu avançar em ações regulatórias, passando à fiscalização das ações da CEEE Equatorial, o que pode levar à aplicação de novas punições.
A empresa já recebeu da Agergs uma multa de R$ 29 milhões, em abril do ano passado, em razão de falhas no fornecimento de energia depois que temporais atingiram a região Metropolitana em 6 de março. A companhia apresentou recurso à Aneel contra a sanção, e a decisão final ainda não saiu.
Jung também cita a degradação de conjuntos elétricos, atendimento deficitário, falhas na comunicação com os clientes e ineficiência na atividade de poda de árvores.
Diante dos problemas relatados, a Aneel acolheu a indicação da Agergs.
Os conselheiros Alexandre Porsse e Paulo Roberto Petersen cobraram ações de curtíssimo prazo, lembrando não ter sido a primeira vez que esse tipo de fenômeno climático causou prejuízo, sem que a reação da companhia corresponda ao esperado. Ambos lembraram também que outros eventos do tipo podem ocorrer e até se tornarem rotineiros, aparentemente.

Clientes de cidades do Sul e do litoral Sul chegaram a ficar quase duas semanas sem energia elétrica, como demonstrou a reportagem da Rádio Guaíba nesta semana, ao colher o relato de moradores da Praia do Cassino, em Rio Grande. Questionada se essa fiscalização também vai checar a capacitação das equipes da CEEE, a conselheira-presidente da Agergs garantiu que sim.
Na noite de ontem, usuários há 13 dias sem luz demonstraram indignação quando um dos técnicos da concessionária informou que o problema era uma fiação precisando de um remendo.
“Sim, nós vamos verificar isso também. Embora salienta-se que a gestão da operação é da empresa, mas nós vamos verificar a capacidade da empresa de atender esses períodos críticos e, que passa, certamente, pela capacitação dos seus funcionários, que são os denominados planos de contingência. E esses planos devem estar alinhados com todos os servidores, os funcionários da empresa.
Isso nós vamos verificar também, é um dos aspectos principais da fiscalização”, afirmou Luciana.
Durante a tarde, a Agergs se reuniu com o presidente da concessionária, Raimundo Barretto Bastos, que participou do encontro acompanhado do superintendente comercial, Sergio Ricardo de Andrade Oliveira, do gerente de Regulação e Mercado, Lázaro Serra Soares Filho, e do gerente jurídico, David Abdalla Pires Leal.
A reportagem entrou em contato com a CEEE para saber se ações haviam sido eventualmente acordadas em relação às demandas das agências de regulação. Em nota, a CEEE confirmou ter recebido solicitações, mas não especificou como vai cumprir o exigido.

Confira, na íntegra, a nota da CEEE Equatorial:
A CEEE Grupo Equatorial Energia reuniu-se hoje com AGERGS e ANEEL para demonstrar as ações de enfrentamento aos problemas ocasionados pelo ciclone extratropical que impactou o estado nos últimos dias. O presidente da empresa, Raimundo Barretto Bastos, participou do encontro acompanhado pelo Superintendente Comercial, Sergio Ricardo de Andrade Oliveira; o Gerente de Regulação e Mercado, Lázaro Serra Soares Filho; e o Gerente Jurídico, David Abdalla Pires Leal.












Na parte da manhã, de forma virtual, a conselheira-presidente da Agergs, Luciana Luso, disse que o órgão constatou que a continuidade dos serviços da concessionária não se mostrou satisfatória após a passagem dos ciclones de junho e julho pelo Rio Grande do Sul.
“Tivemos esse alinhamento de ações com a fiscalização imediata de diversos aspectos do serviço e, principalmente, da continuidade de um serviço de contingência adequado da CEEE, que não estamos verificando neste período”, detalhou, em entrevista à Rádio Guaíba.









