Secretário da Fazenda culpa inchaço da máquina pública e garante que Estado “faz o máximo que pode”
Foto: Samuel Maciel / CP Memória
Os agentes da Segurança Pública do Estado anunciaram o início de uma operação-padrão, a partir desta sexta-feira, em protesto contra osexto parcelamento dos salários em 2016. Policiais militares, policiais civis e agentes penitenciários prometem reduzir atividades, alegando, inclusive, falta de equipamentos. Segundo os sindicatos das categorias, a ideia é estender a operação até que o governo quite integralmente as remunerações de julho, o que está previsto para ocorrer apenas no dia 19 de agosto.
Em entrevista ao programa Cidade Alerta RS, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, enfatizou que o governo não tem condições de fazer um pagamento maior. “O governo dá uma demonstração inequívoca de que faz o máximo que pode”, argumentou. Ele criticou a administração anterior, de Tarso Genro, por agravar o “inchaço” da máquina pública estadual e afirmou que “o Rio Grande do Sul está em situação pré-falimentar”. “É um Estado autofágico que arrecada e consome o que arrecada. Se consome em si”, justificou Feltes.
Ele também negou que haja má gestão do governo Sartori, inclusive por conta de promessas de melhora nas condições e investimentos das forças de segurança. “O governador e o vice acabaram anunciando um volume maior de contratação na segurança pública. Deste então, a secretaria de Segurança e o Piratini estão focados em implementar o que foi anunciado. Houve problemas administrativos e não de gestão, que estão impedindo dar celeridade à operação”, relatou.
Na manhã desta sexta-feira, um grupo ligado à segurança vai até a frente do Palácio Pìratini para cobrar uma reunião com o governador José Ivo Sartori. Na próxima quinta-feira, as entidades fazem uma paralisação geral de 15 horas no policiamento e outras operações de segurança. O presidente da Associação de Cabos e Soldados da BM (Abamf), Leonel Lucas, ressalta que, apesar de serem impedidos por lei de promover greves, os brigadianos podem se recusar a trabalhar devido a problemas em viaturas, falta de documentação e até de calçados adequados. “Viaturas que não têm condição de rodar, armamento, colete, documento vencido, todas essas restrições que os brigadianos já sabem”, indicou.
Já entre os policiais civis, a proposta é atender somente ocorrências com risco à vida e cancelar qualquer outro tipo de operação, conforme o presidente da Ugeirm (Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia), Isaac Ortiz. “Vamos só registrar casos com potencial mais grave, cancelar todas as operações, não vamos mais trabalhar fora do horário, tudo até que o salário seja integralizado. E, no dia 4, marcamos uma grande paralisação da Polícia Civil e Brigada Militar. Estamos fazendo uma carta à população para manifestar nossa indignação”, adiantou.
Na Susepe, o protesto deve reduzir, por exemplo, transferências de presos para audiências, sob o argumento da falta de efetivo e viaturas suficientes. Além dos servidores da Segurança, a tendência é de que outras categorias do serviço público estadual se unam à operação-padrão a partir de segunda-feira.
Em reunião marcada para as 14h desta sexta-feira, a Fessergs vai reunir dezenas de sindicatos filiados. A ideia, segundo o presidente Sérgio Arnoud, é propor que todos os funcionários do Executivo compareçam aos locais apenas para registrar ponto. Os trabalhadores acusaram o governo, hoje, de falta de gestão e tentativa de provocar um colapso em serviços públicos para justificar privatizações. A parcela inicial depositada aos servidores nesta sexta, de R$ 650, é a menor em 2016. O governo cogita a possibilidade de depositar uma segunda parcela de R$ 330, ainda na sexta
Correio do Povo