O homem que não tiver virtude própria sempre invejará a virtude dos outros.
A razão disso é que a alma humana se nutre do bem próprio ou do mal alheio, aquela que carece de um, aspira a obter o outro, aquele que está longe de esperar obter méritos de outrem, procurará se nivelar com ele, destruindo a sua fortuna.
As pessoas que são curiosas e indiscretas são geralmente invejosas; porque conhecer muito a respeito da vida alheia não pode resultar do que concerne os próprios negócios.
Isso deve provir, portanto, de tomar uma espécie de prazer teatral a admirar a fortuna dos outros.
Aliás, quem não se ocupa senão dos próprios negócios não encontra matéria para invejas.
Porque a inveja é uma paixão calaceira, isto é, passeia pelas ruas e não fica em casa.
(Francis Bacon)
Quando estamos aborrecidos, é fácil culpar os outros.
Entretanto, a verdadeira causa dos nossos sentimentos está dentro de nós.
Por exemplo, imagine-se como um copo de água.
Agora, imagine que os fatos negativos do passado formam uma sujeira que se deposita no fundo do copo.
Depois, pense nos outros como colheres.
Quando alguém se mexe, a sujeira deixa a água turva.
Pode parecer que foi a colher que fez isso – mas, se não houvesse a sujeira, a água permaneceria transparente, apesar de tudo.
A chave, portanto, é localizar sua sujeira e trabalhar ativamente para removê-la.