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terça-feira 3 dezembro 2024
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A Copa do Mundo da fraude e o cartão vermelho dado à Fifa

A Copa do Mundo da fraude e o cartão vermelho dado à Fifa

Departamento de Justiça dos EUA, FBI e oficiais da IRS falaram em coletiva de imprensa sobre o maior escândalo da história da Fifa
O grande escândalo que caiu sobre a Fifa foi considerado uma “Copa do Mundo das fraudes” pelo diretor do Internal Revenue Service (IRS), Richard Weber. 

Usando o linguajar do futebol, Weber pediu um ‘cartão vermelho à Fifa’ após 14 elementos serem acusados pela Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Em entrevista coletiva realizada em Nova York, Weber falou ao lado da procuradora-geral Loretta Lynch sobre o processo que mostra práticas ilegais na cúpula da maior entidade do futebol durante décadas. 

Atual vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf, Jeffrey Webb, Eugenio Gigueredo, Eduardo Li e o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, estão entre os nomes citados como suspeitos pelo governo norte-americano.

“Muitos dos indivíduos e organizações que vamos descrever hoje foram confiados para manterem o futebol aberto e acessível para todos”, disse Lynch. “Eles assumiram responsabilidades importantes em todos os níveis, desde construir campos de futebol para crianças em países em desenvolvimento até a organização da Copa do Mundo”.
“Era esperado que eles mantivessem as regras que mantêm o futebol honesto, e protegessem a integridade do jogo. Ao invés disso, eles corromperam negócios de futebol no mundo inteiro para servirem aos seus interesses. Este Departamento de Justiça está determinado a colocar um fim a estas práticas, a erradicar a corrupção e levar os malfeitores à Justiça”.
José Maria Marin, ex-presidente da CBF e há anos envolvido com o futebol brasileiro (Foto: Getty Images)
As acusações também abrangem negócios envolvendo direitos de transmissão e comercialização para grandes torneios nas últimas duas décadas, e continua até os dias de hoje, com a edição de 100 anos da Copa América, em 2016, nos Estados Unidos, estimada em $110 milhões em propinas.

“Começando em 1991, duas gerações de dirigentes de futebol, incluindo os então presidentes de duas confederações regionais sob a Fifa – a Confederação das Américas do Norte, Central e a Associação do Futebol Caribenho, conhecida como Concacaf, que inclui os Estados Unidos; e a Confederação de Futebol da América do Sul, ou Conmebol, que representa o futebol organizado na América do Sul – usaram suas posições de confiança dentro de suas respectivas organizações para pedirem propinas de pessoas ligadas ao marketing esportivo em troca de direitos comerciais para os seus torneios de futebol. 

Eles fizeram isso repetidamente, ano após ano e torneio após torneio”.

“Por exemplo, em 2016 os EUA é o escolhido para receber a edição de centenário da Copa América, a primeira vez que o torneio será sediado em cidades fora da América do Sul. Nossa investigação revelou que o que deveria ser uma expressão de espírito esportivo foi usado como veículo em um amplo esquema para marcar os bolsos dos executivos com propinas que totalizam $110 milhões, perto de um terço dos custos legítimos dos direitos dos torneios envolvidos”.

O procurador de Nova York, Kelly Currie, disse: “Todos esses acusados abusaram do sistema financeiro dos EUA e violaram a lei dos EUA. E nós temos a intenção de responsabilizá-los”. Currie também citou o atual vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf, Jeffrey Webb: “solicitou e coletou propinas de executivos de marketing esportivo que precisavam de seu apoio para conseguir contratos.

Diretor do FBI, James Comey declarou que o futebol foi ‘sequestrado’: “Este sequestro está sendo encarado com uma resposta muito agressiva dos promotores para mudar este comportamento e manda uma mensagem”.




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