


| Foto: Divulgação/Taurus/CP

A Taurus vai mudar sua principal linha de montagem para os Estados Unidos, em função do tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump a produtos produzidos no Brasil. A indústria tem sede em São Leopoldo, no Vale dos Sinos. As armas foram um dos grupos taxados pelos Estados Unidos com uma tarifa de 50%.

“A companhia acaba de tomar a decisão de começar a transferir para a sua unidade nos Estados Unidos as linhas de montagem (não a fabricação) das armas da família G, principal linha de produto da marca”, disse o CEO da Taurus, Salesio Nuhs, em nota ao Estadão.
Desde que o tarifaço foi anunciado, a empresa, que tem sede no Rio Grande do Sul, começou a antecipar as exportações de algumas peças para o mercado americano, principalmente carregadores das armas, antes de a sobretaxa começar a valer efetivamente.
Atualmente, a empresa fabrica 2.100 armas por dia destinadas ao mercado norte-americano. A partir de setembro, 900 delas devem ser montadas nos Estados Unidos. “Todas essas importantes medidas, assim como possíveis outras, manterão a empresa geradora de resultado, EBITDA e de caixa”, afirmou o executivo.
Segundo a companhia, a empresa garantiu 90 dias dias de estoque com a antecipação das vendas frente ao tarifaço, o que deu margem de alguns alguns meses para adaptação. Na nota, o CEO afirmou que a empresa segue se articulando com os governos federal e estadual para mostrar os impactos da taxação e acessar a liberação de créditos do ICMS.
Em 2024, o Brasil vendeu R$ 323,9 milhões em armas e munições para os Estados Unidos, que agora serão taxadas, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Ribeirão Pires (SP), São Leopoldo (RS), Montenegro (RS) e Veranópolis (RS) são os principais exportadores de armas e munições atingidos pela taxação.
Correio do Povo