A oposição, ainda que minoria, tentou prolongar o debate e emperrar a votação, mas não teve sucesso. Segundo os vereadores, na prática, o projeto serve para podar e punir professores, além de abrir lacuna para distorcer discursos e impedir que temas sociais, como racismo, sejam discutidos dentro da sala de aula, sob alegação de serem pautas ideológicas.
Também reforçam que o tema não tem amparo na Constituição. Isso porque proposta semelhante foi aprovada em 2019, mas foi derrubada pela Justiça. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional, em 2020, uma lei de Alagoas que com redação semelhante.
Embora a decisão só valha para o caso específico em que foi julgado, a posição dos ministros foi um indicativo do entendimento do Tribunal sobre os casos.
Na outra ponta, entretanto, tanto a proponente (Barth, que desarquivou a proposta) quanto os vereadores mais aliados ao campo da direita, insistem que a proposta tem o único objetivo de evitar que os docentes tratem de questões políticas partidárias dentro da sala de aula. “Nem PT, nem PL”, alegam.
Apesar da tentativa do vereador Claudio Janta (Solidariedade), as escolas privadas ficaram de fora da proposta. O argumento de Barth é de que a adequação foi necessária (uma vez que, no texto original, a rede privada também era inclusa), para se adequar à Constituição.
Correio do Povo