Lula pede reforma no Conselho de Segurança da ONU e critica entidade: ‘Ficou enfraquecida’
Presidente reclama que conflitos partem de membros do próprio Conselho de Segurança da entidade
Entre os dias 22 e 24 de agosto, o presidente se reuniu com a cúpula do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ao fim do encontro, os líderes do bloco assinaram uma declaração pedindo uma reforma do Conselho da ONU.
“Deixamos claro que nós defendemos que o Brasil entre no Conselho de Segurança, que a Índia entre, que a Alemanha entre, que o Japão entre. Tem divergências, mas não são nossas. Países grandes como Egito e Nigéria precisam entrar no Conselho de Segurança para que a gente tenha uma representação geográfica mais condizente com a realidade de hoje”, comentou o presidente durante entrevista a jornalistas em Luanda, capital de Angola.
Lula reclamou dos membros permanentes do Conselho de Segurança afirmando que partem deles os estímulos de conflitos ao redor do mundo. “A ONU de 2023 está longe de ter a mesma credibilidade de 1945. O Conselho de Segurança, que deveria ser a segurança da paz e da tranquilidade, é o Conselho de Segurança que faz a guerra sem conversar com ninguém”, disse.
“A Rússia vai para a Ucrânia sem discutir no Conselho de Segurança. Os Estados Unidos vão para o Iraque sem discutir no Conselho de Segurança. A França e a Inglaterra vão invadir a Líbia sem passar pelo Conselho de Segurança.
Ou seja, quem faz a guerra são os países do Conselho de Segurança, quem produz armas são os países do Conselho de Segurança, quem vende armas são os países do Conselho de Segurança. Está errado”, acrescentou Lula.
De acordo com o presidente, “a ONU já não representa mais” os princípios que nortearam a criação dela. “Em 1948, a ONU conseguiu criar o estado de Israel.
Em 2023, ela não consegue fazer cumprir a área reservada aos palestinos. Ela ficou enfraquecida”, completou.