Haddad e Alckmin reagem a corte de 0,5 ponto percentual na Selic: ‘Avanço’
Banco Central reduziu taxa básica de juros pela primeira vez em três anos; índice passou de 13,75% para 13,25%
Haddad comentou a redução na saída do Ministério da Fazenda, em Brasília. O ministro minimizou as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de integrantes do governo ao presidente do banco, Roberto Campos Neto, nos últimos meses. Lula e aliados vinham pressionando pela queda da taxa Selic.“A vida política é assim, com divergências públicas. Felizmente, estamos vivendo numa democracia e as pessoas podem se manifestar e se dizer contrariadas. Na área econômica, que envolve também [os ministros] Simone Tebet, Geraldo Alckmin e Esther Dweck, posso assegurar que o diálogo, tanto entre nós quanto entre as equipes, foi o mais elevado possível.
Nunca faltou abertura, de nenhum lado, para sentar e dialogar sobre decisões a serem tomadas. O placar [da decisão do Copom] foi apertado porque há mesmo discussão técnica. É normal”, disse o ministro.
Cinco integrantes do Copom votaram pela redução de 0,5 ponto percentual e quatro membros optaram pela queda de 0,25. Questionado a respeito das pressões sobre o Banco Central, Haddad afirmou que o voto de Campos Neto, em favor da diminuição de 0,5 ponto percentual, teve fundamento técnico.“[Campos Neto] teve papel importante [na decisão], evidentemente, mas tenho certeza que o presidente do BC votou com aquilo que ele conhece e domina em economia. É um voto técnico, calibrado à luz de tudo que ele conhece da realidade do país.
Não significa que houve concessão do BC. Houve uma situação de votação apertada devido às opiniões do mercado, todas dignas e legítimas. O voto [de Campos Neto] foi totalmente balizado com informações de natureza técnica”, afirmou.
Votaram por uma redução de 0,5 ponto percentual os seguintes membros do Copom: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso.
Votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes.