Sargento morto em 2021 era elo entre executores e mandantes da morte de Marielle, delata ex-PM
Élcio Queiroz disse que Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, trouxe o ‘trabalho’ para Ronnie Lessa, preso pelo crime
No depoimento à Polícia Federal, o ex-PM revelou que o sargento da Polícia Militar reformado Ronnie Lessa, também preso preventivamente sob suspeita de envolvimento no crime, confidenciou vários acontecimentos que precederam a execução de Marielle e Anderson.
Lessa é apontado por Queiroz como o responsável por ter atirado contra o carro da vereadora enquanto ele conduzia o veículo. Já Macalé, embora não presente no momento do assassinato, participou de todo o planejamento, segundo o delator.
Desdobramentos da delação
A delação de Queiroz também levou à prisão do ex-bombeiro militar Maxwell Simões, conhecido como Suel. Segundo o ex-PM, ele fazia campanas para vigiar a vereadora e dirigiu o carro em uma tentativa prévia de ataque, um mês antes.
Queiroz contou que Suel relatou um problema mecânico a Lessa para não emparelhar o veículo ao táxi utilizado por Marielle na ocasião. “O Ronnie desabafou comigo dizendo que não acreditava que teve problema, que foi medo, refugou”, disse.
A prisão preventiva do ex-bombeiro se deu, nesta segunda-feira, na operação Élpis, a primeira fase da investigação da Polícia Federal para apurar o homicídio de Marielle e Anderson. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão.“Estamos próximos de esclarecer todos os aspectos relativos a esse bárbaro crime. Porque não há crime perfeito. Todas as pessoas que progressivamente forem sendo reveladas, com provas da participação nesse crime, serão entregues ao Poder Judiciário”, declarou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, sobre a ação policial.Dino disse ainda que as provas mostraram “forte vinculação” dos homicídios com a atuação das milícias e do crime organizado. “Ronnie [Lessa, ex-PM], Élcio [Queiroz, ex-PM] e Maxwell [Simões, ex-bombeiro militar] participam de um conjunto. Esse conjunto está relacionado a essas organizações criminosas e milicianas que atuam no Rio de Janeiro”, disse.
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