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segunda-feira 25 novembro 2024
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Haddad defende que desoneração da folha seja discutida junto com tabela do IR

Haddad defende que desoneração da folha seja discutida junto com tabela do IR

Nova PEC só vai ser enviada ao Congresso após a aprovação da primeira fase da reforma tributária

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Uma eventual proposta do governo para desonerar a folha de pagamento das empresas só deve ser enviada ao Congresso Nacional junto com a segunda fase da reforma tributária, que vai tratar do Imposto de Renda (IR), disse nesta terça-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo o ministro, não há sentido em discutir a tributação sobre o emprego na primeira fase da reforma, que muda a tributação sobre o consumo. “Ela [a desoneração da folha] deve vir combinada [com a reforma do Imposto de Renda]”, declarou Haddad ao chegar ao Ministério da Fazenda, em Brasília.

O ministro alertou para o risco de incluir a discussão sobre a desoneração da folha na primeira etapa da reforma, aprovada pela Câmara dos Deputados na semana retrasada e que seguiu para a análise do Senado. “Seria muito ruim se isso acontecesse. Vai misturar assuntos muito diferentes e vai comprometer a reforma sobre o consumo”, afirmou Haddad.

No mês passado, Haddad havia dito que a desoneração da folha tinha previsão de ser pautada só na segunda fase da reforma tributária. De acordo com o ministro, cabe ao governo encaminhar a proposta.

No fim de junho, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, em dois turnos, a prorrogação até 2027 da desoneração da folha para 17 setores da economia. Aprovado em caráter terminativo, o texto não passou pelo plenário do Senado, sendo encaminhado à Câmara.

Prazo
O ministro também afirmou que a proposta que reformula o Imposto de Renda só vai ser enviada ao Congresso após o Senado aprovar a reforma tributária sobre o consumo. “Só depois da aprovação da reforma tributária do consumo, mais para o final do ano”, declarou. Haddad afirmou que não pretende aproveitar o projeto de lei do Imposto de Renda aprovado pela Câmara em 2021.

Entre as mudanças previstas no Imposto de Renda, a retomada da tributação sobre dividendos (parcela do lucro de uma empresa distribuída aos acionistas). Desde 1995, o Brasil não cobra Imposto de Renda sobre dividendos, sendo um dos poucos países a adotarem a prática.

Para impedir o aumento da carga tributária sobre as empresas, a tributação dos dividendos deve vir acompanhada da queda da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ). Haddad disse que a equipe econômica ainda não definiu a alíquota a ser cobrada sobre os dividendos, nem o tamanho da redução do IRPJ e da CSLL.

“Vamos começar as discussões internas na Fazenda. Depois vamos apresentar para a área econômica, com o mesmo protocolo”, explicou.

Meta fiscal
Segundo Haddad, a meta fiscal para o próximo ano não depende da reforma do Imposto de Renda. Isso porque o objetivo da segunda fase é redistribuir a carga tributária entre os setores da economia, com impactos mínimos sobre a receita do governo.

A proposta do novo arcabouço fiscal, que retornou à Câmara e só vai ser votada em agosto, estabelece meta de resultado primário zero (nem déficit, nem superávit) no próximo ano para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central).

O texto prevê margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), o que permite déficit de 0,25% do PIB ou superávit de 0,25% em 2024.

FONTE Agência Brasil



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