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terça-feira 3 dezembro 2024
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Histórias da super Vó :O passarinho morto – Viviane Maria Foresti

Pode ser uma imagem de 5 pessoas e texto que diz "A O passarinho morto"
Histórias da Super Vó
O passarinho morto
Assim como a vida, a morte deveria ser encarada como uma etapa natural a ser cumprida por nós humanos.
Mas não!
Temos uma dificuldade enorme de aceitar e processar esse desfecho, como se a negação fosse mudar o resultado final.
Então a natureza se encarrega de nos preparar, aos poucos, para o inevitável.
Começamos com os insetos, formigas, mosquitos, baratas… a quem os adultos desprezam e matam sem qualquer remorso, em breve, nossos filhos e netos estarão repetindo nossos atos com o mesmo desleixo pela vida.
Logo, logo, vamos ter bichinhos de estimação, que por destino não viverão tanto quanto esperávamos e, ao longo da vida, nos despedimos de vários e assim vamos aprendendo que nem todo nosso amor é capaz de mantê-los ao nosso lado tanto quanto gostaríamos.
Esse prólogo é para contar como as gêmeas de 4 anos reagiram ao ver um passarinho morto, que supostamente – para elas – estava apenas dormindo.
Na realidade fui eu que o encontrei, havia batido no vidro da porta e caído no chão, ainda quentinho.
Com boa psicologia de nona chamei as duas para ver.
Sem preocupação o pegaram no colo, fizeram carinho, e ficaram esperando que acordasse, fui então obrigada a dizer que ele não iria acordar, pois estava morto.
Para não criar uma tragédia em seus verdes anos, sugeri devolvê-lo à natureza.
Minha filha já resmungava dizendo que eu tinha um senso de humor negro.
Mesmo assim fizemos o enterro na areia, ao lado da estradinha em direção ao mar, com elas colhendo flores para a pequena sepultura, e uns pauzinhos para marcar o local.
Assim que terminaram o sepultamento, saíram caminhando e dizendo que agora ele iria virar uma estrelinha no céu junto com a bisa Juju.
Em lugar de trauma, um aprendizado para a vida.
VMF



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