Haddad espera que Congresso vote novas regras fiscais até o fim de junho
Ministro da Fazenda disse que aprovação da proposta é fundamental para elaboração do Orçamento de 2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar a aprovação do projeto de lei com as novas regras fiscais para o país até o fim de junho. O chamado arcabouço fiscal chegou ao Congresso Nacional nessa terça-feira, apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O ideal é votar na Câmara e no Senado no primeiro semestre, porque o [Ministério do] Planejamento [e Orçamento] precisa de tempo para elaborar o Orçamento de 2024 e a lei precisa ser feita com base na nova regra ou na velha. A própria LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] vai ter que ser reformada à luz da nova regra”, disse Haddad em entrevista coletiva.
“Não estamos entregando para a Câmara e o Senado só uma nova lei de responsabilidade, estamos trabalhando junto às casas as medidas provisórias que estão em tramitação, os projetos de lei que estão em tramitação, e os que vão ser encaminhados ao longo das próximas semanas. São contas bilionárias que precisarão ser ajustadas definitivamente.
O Brasil não aguenta mais tanta sangria, é muita sangria”, completou Haddad.
Arcabouço fiscal
Segundo o projeto do arcabouço fiscal, o orçamento para as despesas públicas vai ser definido de acordo com o crescimento das chamadas receitas primárias, obtidas com a arrecadação de impostos, taxas, alugueis e contribuições.
A proposta prevê que o governo amplie os gastos públicos em até 70% do que for registrado de crescimento da receita nos 12 meses anteriores.
Apesar disso, o arcabouço conta com um segundo limite para a evolução das despesas, definido para impedir uma “gastança” desnecessária diante de cenários positivos na economia.
De acordo com a proposta, a ideia é que o governo gaste apenas o que for suficiente para superar a inflação.
O projeto do arcabouço define que o crescimento real dos gastos tenha um piso de 0,6% e um teto limite de 2,5% ao ano.
Na prática, essa regra deve possibilitar que a economia seja estimulada em momentos negativos e, ainda, que o governo não perca o controle das contas públicas frente a cenários mais favoráveis.