Enorme tromba d´água impressiona em Palmares do Sul: entenda o fenômeno
Tornado sobre a água se formou no Norte da Lagoa dos Patos e não produziu danos e nem avançou para terra no RS
Gaúchos e gaúchas ficaram impressionados com uma enorme tromba d’água que se formou em Palmares do Sul, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, na tarde desta quinta-feira. O fenômeno, que é um tornado sobre a massa de água, se consolidou no Norte da Lagoa dos Patos e provocou uma enxurrada de vídeos e imagens de quem avistou sua impressionante magnitude. No entanto, ele não produziu danos e nem avançou para terra. Caso avançasse, ele passaria a ser um tornado, explica a MetSul.
Afinal, o que é uma tromba d´água?
De acordo com a MetSul, uma tromba d’água é uma coluna giratória de ar que suga a água para fazer um funil tortuoso de água e nuvens conectando a água e o céu. Ocorrem principalmente sobre o oceano, mas podem ser registradas em águas interiores como rios e lagoas. No Rio Grande do Sul já foram documentadas tanto nas lagoas como no mar.
Elas são espetaculares no visual, mas de curta duração, geralmente não durando mais de cinco minutos (mas ocasionalmente até dez minutos). Os ventos dentro da tromba d’água podem exceder 100 km/h e são capazes de causar grandes danos a embarcações.
Se uma tromba avança para terra firme passa a ser designada como um tornado e, neste caso, pode criar ainda mais estragos. Tornados que se originam de trombas, via de regra, não são intensos e costumam ser F0 ou F1.
As trombas d’água são, de certa forma, como os tornados que se formam sobre a terra. Enquanto os tornados estão associados comumente a enormes tempestades de supercélulas, trombas d’água podem se formar durante tempestades menores ou mesmo apenas chuvas ou a presença do tipo certo de nuvens.
As trombas d’água podem se formar quando os ventos que sopram em duas direções diferentes se encontram. Ao longo da linha onde os dois ventos se cruzam (chamada de “linha de convergência” ou “linha de cisalhamento”), há muito ar girando perto da superfície.
O encontro do vento soprando de diferentes direções faz o ar ascender. A coluna de ar ascendente transporta vapor de água para o céu, onde gera tempestades e nuvens Cumulus. À medida que o ar sobe, ele pode inclinar parte do ar giratório horizontal perto da superfície na direção vertical.
Quando esse giro vertical se concentra em um ponto específico, ele começa a sugar água e aí surge a tromba d’água. Como as trombas d’água se formam na linha onde dois ventos se encontram, às vezes é possível ver uma linha de trombas d’água em uma fileira onde o ar giratório de baixo nível é sugado para cima em alguns pontos diferentes.
Por isso, não raro são vistas várias trombas simultaneamente em regiões como a costa do Mediterrâneo ou no litoral do estado norte-americano da Flórida. No começo de fevereiro deste ano, um episódio trouxe múltiplas trombas d’água simultâneas na Lagoa dos Patos, mas na região de Arambaré.
Correio do Povo