Em evento em Novo Hamburgo, presidente, que é candidato à reeleição, defendeu a redução de preços de combustíveis
Bolsonaro também defendeu as bandeiras da atual gestão, como a família e a propriedade privada. “Nosso governo defende acima de tudo nossa liberdade, limites quem dá é a lei, não uma pessoa em uma canetada.
Queremos eleições transparentes, defendemos a Constituição e nunca saímos das quatro linhas da mesma”, disse já na parte final do discurso, durante a participação no evento, realizado pelo partido, “Mulheres pela Vida e pela Família”, que reuniu cerca de 6 mil mulheres.
O público, majoritariamente feminino, esteve nos pavilhões da Fenac, muitas vestindo as cores verde e amarelo, portando bandeiras do Brasil ou vestimentas alusivas a Bolsonaro, incluindo uma faixa em que as participantes se autointitulavam “As Tias do Zap”.
No momento mais esperado pelos apoiadoras, o candidato à reeleição chegou ao pavilhão acompanhado da esposa, Michelle, por volta das 11h. Cerca de dez minutos depois, ambos subiram ao palco, junto com o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), candidato ao Senado pelo RS, e a esposa.
Em um discurso recheado de críticas ao principal adversário, Lula (PT), mas sem citar o nome do candidato em nenhum momento, Bolsonaro voltou, por exemplo, a defender o direito ao porte e posse de armas, enquanto “o outro quer transformar clube de tiro em biblioteca”.
Voltou ainda a falar sobre um assunto recorrente na campanha, citando a relação do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, com a Igreja Católica. Ele também criticou os protocolos adotados no Brasil durante a pandemia. “Igreja não se fecha nem em época de guerra”, disse.
Ao deixar o palco, Bolsonaro conversou com apoiadores e seguiu, após, para a Base Aérea de Canoas, onde viajou para Brasília. A participação no evento encerrou a passagem de dois dias do presidente pelo Rio Grande do Sul. Nessa sexta-feira, Bolsonaro esteve na abertura da Expointer, em Esteio, e, à noite, acompanhou o jogo do Grêmio contra o Vila Nova, na Arena, em Porto Alegre.
Michelle e Damares
Atuando para aproximar a candidatura de Bolsonaro do eleitorado feminino e evangélico, Michelle discursou enaltecendo as virtudes do marido e citando uma “guerra espiritual” no cenário de eleições. “A gente não queria misturar política com religião, mas, hoje, é o momento sim de falar de política para amanhã falar de Jesus”, disse.
Pouco antes, Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos e candidata ao Senado pelo Distrito Federal, subiu ao palco. “Estamos reconstruindo os muros dessa nação, estamos reconstruindo a nossa pátria e nossos inimigos estão dizendo que não vamos conseguir realizar nossa missão”, disse após citar uma passagem bíblica.
Damares destacou o papel da igreja no combate a esses “inimigos” e criticou a “ideologia de gênero dentro das escolas”, que, nas palavras dela, “confunde nossos meninos”, além de reafirmar posição contrária ao aborto.
Idealizadora e ‘Bolsonora’
A abertura do evento, por volta das 9h25min, coube a Claudinha Jardim, candidata a vice-governadora na chapa de Onyx Lorenzoni (PL), que passou a palavra e compartilhou a condução do ato com a esposa do candidato, Denise, idealizadora do evento. “Era importante que o RS pudesse mostrar ao Brasil que estamos mobilizados, de verde-amarelo, para garantir o futuro de nossos filhos e netos”, disse o postulante ao Piratini ao microfone.
Já Denise enfatizou que “não se tratava de um evento religioso”. No palco, além de lideranças religiosas femininas, a esposa de Eduardo Bolsonaro, Heloísa, natural de Novo Hamburgo, também falou ao público. Conhecida como “Bolsonora”, termo que ela mesma adota, Heloísa palestrou sobre família e casamento, fazendo críticas ao movimento feminista, que, nas palavras dela, “desvaloriza a família, a figura masculina e os valores cristãos”.