Previsão é que olho da tempestade alcance a região Sul do estado no final da tarde desta terça-feira
Em alerta máximo para a chegada do ciclone Yakecan em território gaúcho, as autoridades monitoram de perto a trajetória do fenômeno e as informações sobre as forças do vento que vão atingir o Rio Grande do Sul nesta terça-feira. Os modelos meteorológicos são gerados a partir de supercomputadores, atualizados em períodos específicos de tempo.
Nesta segunda-feira, ao confirmar a gravidade do cenário e alertar para a necessidade de adoção de medidas de contenção, a Defesa Civil Nacional confirmou que fará boletins a cada 12 horas com a atualização do avanço do ciclone. Serão estas atualizações que poderão confirmar se o ciclone vai evoluir para um furacão.
Todo o furacão é um ciclone tropical, mas nem todo ciclone tropical é um furacão. Entre outros aspectos, os requisitos que podem diferenciar os níveis de gravidade do fenômeno estão relacionados à força dos ventos sustentados, ou seja, registrados de maneira constante em determinada localidade e não apenas as rajadas.
Neste contexto, ventos sustentados entre 30 km/h e 60 km/h indicam uma depressão tropical. Entre 60 km/h e 120 km/h, uma tempestade tropical. Apenas se a força do vento ultrapassar 120 km/h ele sobe para a categoria de furacão.
Segundo projeta a MetSul, o ciclone será uma forte tempestade tropical que deve ficar perto do limite de um furacão categoria 1. Projeção de modelos computadorizados sugerem a formação de um ‘olho’ no centro da tempestade, uma característica de ciclones tropicais.
Terça-feira, 18h
Nestas projeções, o olho do ciclone Yakecan deverá atingir a costa do litoral Sul do estado no fim da tarde e início da noite desta terça-feira.
Terça-feira, 20h
No começo da noite, o centro da tempestade estará à leste de Pelotas e Rio Grande, ainda na região Sul do estado.
Terça-feira, 23h
No fim da noite, a ‘parede de nuvens’ no centro da tempestade com vento intenso atinge a região da grande Porto Alegre.
Quarta-feira, 4h
Já na madrugada de quarta-feira, o centro do ciclone deve atingir a costa do Litoral Norte. Após, deve deslocar-se para o mar.
Monitoramento internacional indica ciclone tropical
O consenso entre os meteorologistas brasileiros até ontem era de que o ciclone Yakecan seria subtropical, mas dados desta segunda-feira indicaram que o sistema pode ser tropical.
Segundo a MetSul, o meteorologista Michel Davison, chefe da seção internacional do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (NWS), avalia uma transição de um modelo subtropical para tropical. Davison revelou que está em diálogo direto com a Marinha do Brasil sobre a evolução do ciclone.
O meteorologista Ryan Maue, considerado um dos maiores experts em ciclones dos Estados Unidos e que atuou no Naval Research Laboratory, usou as redes sociais para comentar sobre o ciclone na costa gaúcha nesta segunda-feira e também afirmou que o ciclone vai ser uma tempestade tropical.
“Que ciclone tropical se forme numa onda de frio é absurdamente incomum, mas já havia ocorrido nas costas uruguaia e gaúcha no final de junho de 2021 com a tempestade Raoni. Antes, a tempestade Anita (2010) e o furacão Catarina (2004) foram os ciclones tropicais que atuaram junto ao litoral gaúcho em meses quentes”, analisa a MetSul.
Correio do Povo