Assassinato de centenas de pessoas em Bucha comoveu o mundo; Moscou nega responsabilidade pelas mortes na região de Kiev
A invasão russa da Ucrânia completa dois meses neste domingo (24) com milhares de mortos, milhões de refugiados e os pedidos da comunidade internacional para que Vladimir Putin anuncie o fim da ofensiva. Sem uma luz no horizonte, Ocidente busca financeiramente e diplomaticamente maneiras de fazer com que a Rússia saía do território ucraniano.
Mais de 5 milhões de pessoas já deixaram a Ucrânia desde o início da guerra, o que representa mais de 10% da população do país, segundo o último censo. Destes, pelo menos 215 mil são estrangeiros que também fugiram do país.
Uma arrecadação mundial para ajudar os refugiados ucranianos conseguiu o total de R$ 50 bilhões, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Além dos líderes mundiais que pediram ajuda em seus países, uniram-se artistas como Elton John, Alanis Morissette, Billie Eilish, Annie Lennox e Chris Rock.
Segundo dados da ONU, 2.072 civis morreram nos dois meses de guerra, sendo 169 crianças. As Nações Unidas afirmam que os números podem ser menores do que a realidade, já que áreas duramente bombardeadas, como Mariupol, são de difícil acesso para o registro de mortos e feridos.
O episódio mais marcante da guerra da Ucrânia neste mês foi o massacre de Bucha. Após a retirada de tropas russas da cidade próxima a Kiev, centenas de corpos de civis foram encontrados espalhados pela cidade, muitos deles com as mãos amarradas. A Rússia nega o ataques à população da cidade.
O episódio mais marcante da guerra da Ucrânia neste mês foi o massacre de Bucha. Após a retirada de tropas russas da cidade próxima a Kiev, centenas de corpos de civis foram encontrados espalhados pela cidade, muitos deles com as mãos amarradas. A Rússia nega o ataques à população da cidade.
Este segundo mês de guerra também contou com a visita de líderes mundiais a Kiev, como o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Uma comitiva com representantes dos países bálticos também visitaram a capital da Ucrânia para mostrar apoio ao presidente Zelenski.
As visitas foram possíveis após as autoridades russas decidirem recuar da região de Kiev, no norte da Ucrânia, e concentrar as forças armadas no leste do país, nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.
As sanções do Ocidente contra a Rússia continuaram neste segundo mês da invasão, atingido até as filhas de Putin, Katerina e Maria Vladimirovna Tikhonova. Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia promoveram as medidas econômicas que deixaram o governo russo perplexo.
Outro marco da guerra, a usina nuclear de Chernobyl, foi recuperada pelos ucranianos após as forças militares da Rússia deixarem o local. A planta nuclear desativada foi tomada por Moscou na primeira semana de guerra, sob forte protesto da comunidade internacional pelos riscos radioativos no local.
Enquanto Chernobyl foi recuperada, a Rússia anunciou que a cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país, foi dominada pelas forças russas. O município, duramente atacado desde o início da invasão, teve tomada comemorada por Putin que classificou a operação como “sucesso”.
O segundo mês de guerra também foi marcado por uma série de trocas de presos entre os dois países. Uma das detenções mais relevantes foi a do político ucraniano pró-Rússia Viktor Medvedchuk, que chegou a ser oferecido por Zelenski como moeda de troca por soldados de Kiev.
Correio do Povo