Suficiente – Júlia Scherer
Sobre ser suficiente, eu nunca entendi, até você desaparecer e voltar dizendo que havia dormido. Tudo bem, mas por quê? Simplesmente porque bebeu o suficiente para não honrar os compromissos. Por mais indignado que eu estava, ri, ri muito. “Bebi o suficiente, não foi muito”.
Hoje em dia eu utilizo o termo suficiente ironicamente e me saio muito bem em muitas situações. Apesar de reconhecer ele como útil, em um momento não muito propício.
Mas eu te conto isso, porque eu quero saber se você acha que é suficiente para alguém ou para alguma situação? Ser suficiente não está na quantia que você é útil, está na quantia que você é necessário para aquilo, naquele momento e para aquelas pessoas. Ser suficiente é sobre servir, nunca sobre o quanto você consegue se doar.
Entenda, todos somos substituíveis, quem acha que não é, está profundamente enganado.
Eu sou substituído por uma dose a mais de cerveja e algumas horas de sono. Você talvez seja substituído pelo perfume não agradar mais, ou por sua comida ter ficado sem sal algumas vezes.
Ainda que não seja suficiente, o problema não é você, é como o outro compreende a situação, substituindo os espaços que estão “insuficientes”.
O meu e o teu problema, é não saber lidar com os termos, confundir os significados, e a pior confusão é achar que pra ser suficiente, é só trocando, achando que as pessoas são descartáveis como o copo de acrílico que trincou após cair do armário.
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