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sexta-feira 22 novembro 2024
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A Chuva – Júlia Scherer

Vocês embarcaram no ônibus, e a chuva desembarcou das nuvens.

Sempre amei ela e quando criança, qualquer garoa era festa.

Então, para quê e o quê adiantaria correr, não adiantava ficar em baixo da parada também, por sorte, havia deixado meu celular em casa, tudo bem molhar a roupa e as chaves, né?
A água lava a alma, naquele dia eu precisava, descer contando os passos, ir perto do meio fio deixando-a rolar pelos meus pés.

A chuva é bonita, caso você a sinta, ela é gostosa, molha o rosto, os ombros, … os pingos gelados tornam aquilo tudo, engraçado, e aos poucos envolve a alma num emaranhado de emoções.
Deixa-me contar, a pequena tempestade organiza nossas emoções, ela faz a gente rir porque não há para onde fugir, e é como em tudo na vida, tem vezes que só o que devemos é encarar e assim as facetas se encaixam.
Eu não cheguei em casa, completamente molhada, mas estava completamente lavada, eu ri sozinha e isso não tem valor.

Eu revivi momentos da infância, onde eu descobri o que era ser apaixonada por viver, mas também revivi momentos com você, de quando você mesmo em meio a chuva batia na minha porta e descansava no meu abraço.
Subi as escadas, olhei o celular, e lá estava uma mensagem sua, com muito carinho, pedindo para ir jantar comigo.

Jantamos e eu contei a ele tudo isso, rimos muito de todos os banhos de chuva que já havíamos tomado, na infância ou um pelo outro.

Júlia Scherer




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