Chefe do Executivo lembrou que o valor do barril de petróleo registra queda mundialmente e que estatal deve acompanhar
O presidente Jair Bolsonaro admitiu, nesta terça-feira, que a guerra entre Rússia e Ucrânia interfere na economia brasileira e cobrou publicamente que a Petrobras reduza os preços dos combustíveis aos níveis registrados na semana passada.
“Pelo que tudo indica, os números agora, em especial do preço do barril do petróleo lá fora, sinalizam para uma normalidade no mundo. Espero que assim seja. E espero que a nossa querida Petrobras, que teve muita sensibilidade ao não nos dar um dia, retorne aos níveis da semana passada os preços dos combustíveis no Brasil”, afirmou.
O chefe do Executivo lembrou a queda do preço do petróleo no mercado internacional. “A gente espera que a Petrobras acompanhe a queda de preço lá fora. Com toda certeza, ela fará isso daí.”
De acordo com a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem do preço do diesel passou de uma diferença de 40% em relação ao praticado no Golfo do México (EUA), há uma semana, para 2%, nessa terça, enquanto a gasolina passou de 30% para 6% na mesma comparação.
Depois de chegar a ser negociado perto dos US$ 140 em razão da guerra da Rússia contra a Ucrânia, o petróleo opera nesta terça-feira abaixo de US$ 100 o barril do tipo Brent nos contratos para maio e chegou ao valor mínimo de US$ 97,50 no período da manhã.
Por volta das 10h15min (de Brasília), a commodity caía mais de 7%, cotada a US$ 99,26, devido a mais uma rodada de negociações sobre um possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia e em meio a notícias de uma nova variante da Covid-19 na China, o que pode reduzir a demanda por petróleo no mundo.
As declarações de Bolsonaro ocorreram durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. Na ocasião, o presidente assinou decreto que visa reduzir a zero, até 2028, as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidentes sobre operações de câmbio. A redução, de acordo com o governo federal, vai ser gradual e escalonada.
Segundo o governo, o objetivo é alinhar o Brasil ao disposto no Código de Liberação de Capitais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ao qual o país está em processo de adesão. O grupo também abriu negociação para entrada de outros cinco países: Argentina, Peru, Croácia, Bulgária e Romênia.
No início do discurso, Bolsonaro disse que complementa o trabalho do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Hoje eu sei 10% do que Paulo Guedes sabe. Assim como ele sabe 10% do que eu sei de política. Quando alguém chega com uma sugestão para a política, deixa eu ouvir Paulo Guedes, que eu vou na contramão do que ele fala para mim. Nós nos complementamos, assim podemos dizer”, destacou.
Guedes avaliou que o cenário econômico do Brasil está em posição melhor que a de outros países. “Cumprimos a promessa que somos uma geração que pagamos por nossas guerras. Déficit saiu de 1% e foi a 10% na pandemia, voltou a zero. Brasil é duro na guerra, caiu, sacudiu e está melhor que muitos países lá fora. Temos até o final de ano R$ 1 trilhão de investimentos que devem chegar ao Brasil”, disse.
“Estamos preparados (para a continuidade do conflito). Vamos tratar igual tratamos a pandemia. Temos um protocolo de guerra. Vamos acreditar no Brasil”, completou.