Confederação condenou o que classificou como “postura protecionista” de produtores dos EUA
A Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) condenou, nesta sexta-feira, um pedido da National Cattlemen’s Beef Association (NCBA) — Associação de Produtores de Carne, em português) para suspender a importação da carne brasileira. A NCBA é uma das principais entidades de produtores bovinos dos Estados Unidos.
Os produtores norte-americanos defendem, em nota pública, que é necessário reavaliar a segurança dos procedimentos sanitários adotados pelo governo brasileiro após o registro de dois casos de vaca louca no país.
No entanto, segundo a CNA, a medida não se deve a questões sanitárias, mas, sim, a protecionismo econômico. “Entendemos que ou a NCBA está desinformada ou adota a postura protecionista com viés econômico e sem nenhum caráter sanitário. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil condena qualquer medida arbitrária que vá contra os pilares do comércio internacional. Assim, repudia a conduta adotada pela entidade americana”, cita o órgão, em nota.
A entidade também argumenta que o Brasil nunca teve nenhum caso de forma típica da encefalopatia espongiforme bovina, o mal da vaca louca, e destaca que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) não notificou o país sobre ações irregulares cometidas pelas autoridades sanitárias do país.
“O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, comercializando o produto in natura para mais de cem países. Esse número reforça a afirmativa de que cumprimos todas as exigências sanitárias firmadas pelos países que importam nosso produto”, completa a CNA.
Até setembro deste ano, segundo dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), os Estados Unidos foram o segundo maior importador da carne bovina brasileira, atrás apenas da China.
Leia a nota da CNA na íntegra:
Com relação ao pedido da Associação de Produtores de Carne dos Estados Unidos (NCBA), encaminhado ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para impedir a entrada da carne brasileira no mercado norte-americano temos que:
– O Brasil nunca teve qualquer caso de forma típica da Encefalopatia Espongiforme Bovina, o mal da vaca louca; – A legislação brasileira proíbe o uso de qualquer proteína animal para alimentação bovina, única causa de contaminação da doença pelos animais;
– Ao contrário do Brasil, os Estados Unidos apresentaram três casos típicos da doença nos anos de 2003, 2005 e 2012; – Em relação aos casos atípicos da vaca louca, o Brasil cumpriu todos os trâmites exigidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE);
– A OIE não notificou o Brasil sobre qualquer ação irregular cometida pelas autoridades sanitárias nacionais;
– O Brasil tem um forte sistema de defesa sanitária, graças ao trabalho do governo brasileiro, em conjunto com os produtores rurais. O trabalho é reconhecido pela própria OIE, que nos últimos anos concedeu ao Brasil o status de zona livre de doenças como a febre aftosa e de risco insignificante para a vaca louca;
– O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, comercializando o produto in natura para mais de 100 países. Esse número reforça a afirmativa de que cumprimos todas as exigências sanitárias firmadas pelos países que importam nosso produto.
Diante deste contexto, entendemos que, ou a NCBA está desinformada ou adota a postura protecionista com viés econômico e sem nenhum caráter sanitário.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) condena qualquer medida arbitrária que vá contra os pilares do comércio internacional. Assim, repudia a conduta adotada pela entidade americana.
Brasília, 19 de Novembro de 2021
CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL – CNA