Comando do partido já se prepara para desfiliações, mas mira em bancada e cofre turbinados
O comando do PL já se prepara para a debandada de correligionários que fazem oposição a Bolsonaro e de líderes regionais que terão prejuízo em alianças se o presidente de fato assinar a ficha de filiação da legenda. O momento é de intensas conversações para o “manejo dos danos”.
Mas o partido está disposto a enfrentar as dificuldades para abrigar a candidatura à reeleição de Bolsonaro, capaz de ampliar de forma expressiva o número de cadeiras da legenda no Legislativo e turbinar o acesso a verbas que financiam a atividade política.
Enquanto prosseguem as articulações internas, interlocutores privilegiados estão encarregados de convencer o presidente Bolsonaro do cenário de risco que se aproxima: desistir do PL seria deixar o partido à deriva, inclusive para apoiar Lula e Moro, de acordo com conveniências regionais.
As opções do presidente também vão ficando rarefeitas. Optar por um partido nanico, ainda menor que o PL, deixa Bolsonaro sem a capilaridade nacional necessária e o obriga a gerar uma ampla estrutura para viabilizar a campanha. Partidos do Centrão, como PP e PRB, apresentam problemas semelhantes e com grau de complexidade ainda maiores que o PL.
O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, está disposto a aguardar o resultado das prévias do PSDB, previstas para este domingo, para desatar o principal nó: a promessa de apoio do PL à candidatura de Rodrigo Garcia, que Doria deseja emplacar no Palácio dos Bandeirantes.
O pré-candidato, no entanto, tem desempenho muito aquém dos concorrentes, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad – o que não anima o PL a trocar Bolsonaro por Garcia. “Não se faz omelete sem quebras ovos” – é a máxima que começa a imperar no núcleo da legenda.
Correio do Povo