Defesa de Sergio Moro argumenta que a outra parte deveria ter acompanhado o depoimento do presidente
Em manifestação enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal), a AGU (Advocacia-Geral da União) defende que a oitiva do presidente Jair Bolsonaro à Polícia Federal ocorreu dentro das normas legais e tem validade.
A defesa do ex-ministro Sergio Moro afirma que também deveria estar presente e realizar perguntas no momento do depoimento. O chefe do Executivo foi ouvido no âmbito do inquérito que investiga se houve interferência na corporação.
No documento enviado ao Supremo e assinado pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco, a defesa do presidente afirma que se trata de um ato administrativo e não existe necessidade de que a outra parte esteja presente no momento do depoimento.
“Observe-se que não houve participação de representantes da defesa do senhor presidente da República na oitiva realizada pela PF do senhor Sergio Moro, de modo que sequer pode ser invocada quebra de paridade de armas”, diz um trecho do documento. O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro é acusado de interferir na corporação para proteger familiares no Rio de Janeiro. O presidente argumenta que indicou pessoalmente ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro o nome de Alexandre Ramagem para diretor-geral da corporação.
Ele disse que desconfiava de vazamentos de informação na PF e que Moro concordou com a troca desde que fosse indicado para uma vaga no Supremo.
Pelas redes sociais, Moro negou ter aceitado qualquer pedido do tipo ou colocado condições para aceitar a situação.
Correio do Povo