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Por que as pessoas caem em golpes? Aurílio Nascimento em 04/10/16

O sentido figurado do substantivo “golpe” é definido como acontecimento ruim, infortúnio, ardil, esperteza, engano. Assim, golpe faz parte da linguagem policial.

Todos conheceram alguém que já foi enganado em um golpe, e que talvez volte a ser. O engano ou o golpe nasceu com a humanidade.

Lembram-se da serpente no paraíso?

Depois deste golpe, parece que a humanidade dividiu-se em duas:

os enganadores e os enganados.

O golpe e suas variedades caminham junto com os seres ditos inteligentes.

Acredito que deva ser quase impossível listar a imensidão de artimanhas imaginadas e aplicadas todos os dias, por todo o planeta, sempre com a vantagem ao lado dos golpistas.

O golpista não tem prejuízo, nunca, nem mesmo quando vai preso, pois a lei considera que o criminoso não usou de violência, a pena é sempre branda e, em pouco tempo, lá está ele, o golpista, agindo novamente.

Prisão, para golpista, é férias e aprimoramento, pois vai entrar em contato com outros e elaborar novos golpes.

Mais por que as pessoas caem em golpes?

Estudiosos da famosa universidade de Cambridge pesquisaram o assunto, e chegaram a uma conclusão: cair em golpe independe de cultura e inteligência.

Basicamente sete fatores levam uma pessoa a ser enganada.

O primeiro deste é a desonestidade latente ou torpeza bilateral.

A vítima acha que está levando vantagem quando na verdade está sendo enganada; Princípio do tempo, é o segundo.

O golpista procura ganhar tempo, não permitindo que a vítima raciocine.

Para receber o prêmio o senhor tem que pagar agora.

Este é o mote dos golpes mais simples.

Obediência à autoridade é o terceiro item.

Alguém liga dizendo ser o gerente o banco, e a vítima, sabendo que o gerente é o todo poderoso, aceita os argumentos.

Distração, desejo, e caridade são os demais pontos que levam uma pessoa a ser enganada.

O último é o chamado efeito manada.

Típico dos golpes conhecidos como pirâmides. Se todos estão ganhando, então vou ganhar também.

Golpe em sentido figurado, como disse acima, não se resume a prejuízos financeiros.

O engano ocorre em outras ocasiões, como por exemplo, agora, quando estamos em época de eleição.

O golpista aqui faz promessas, faz discursos elaborados, promete, usa a distração, o princípio da obediência (ele é mais capaz), do desejo, da desonestidade, até mesmo da caridade (quero ajudar aos pobres, ajude-me a ajudar os pobres), e principalmente do efeito manada, o principal motivo pelo qual imberbes adolescentes, neófitos da vida, apoiam cegamente salvadores da pátria.

Tudo não passa de um golpe, uma manobra esperta, um ardil.

Mais quando a verdade é descoberta, o desastre está consumado.




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