Maria Priscilla Ernandes salientou que decisão sobre processo pode levar tempo
Foto: Heinrich Aikawa / Instituto Lula / CP
A juíza Maria Priscilla Ernandes, da 4ª Vara Criminal da Capital, determinou segredo de Justiça do processo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Promotores do Ministério Público de São Paulo fizerama denúncia no caso tríplex – apartamento no Guarujá (SP) que, segundo o MP-SP, pertence ao petista. “Trata-se de processo de elevada repercussão social, em que há acusações contra ex-presidente da República e requerimento de medidas cautelares sérias”, comentou a magistrada.
A denúncia contra Lula foi apresentada na quarta-feira passada. Os promotores de Justiça acusam 16 investigados por irregularidades em empreendimentos da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop). A ex-primeira-dama Marisa Letícia, o filho mais velho do casal, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto estão entre os denunciados.
A juíza também relatou que sua decisão sobre o recebimento ou não da denúncia e sobre o pedido de prisão preventiva do ex-presidente pode demorar. “Neste momento saliento que o processo apresentado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo possui 36 volumes, ainda não findo o processo de digitalização, e já existem habilitações de procuradores de alguns denunciados, e para a análise da viabilidade da acusação, bem como dos pedidos cautelares formulados, necessária a detida apreciação de todo o material apresentado, o que demandará algum tempo”, afirmou Maria Priscilla.
Os promotores dizem que Lula cometeu os crimes de lavagem e falsidade ideológica ao, supostamente, ocultar a propriedade do tríplex – oficialmente registrado em nome da OAS. Na denúncia, o Ministério Público de São Paulo ainda pediu a prisão da mulher e do filho de Lula, além de outros investigados do caso Bancoop.
Nesta semana, o Instituto Lula, presidido por Paulo Okamotto, divulgou nota na qual afirma que a denúncia “não tem base na realidade”, já que o ex-presidente “não pode ocultar patrimônio que não é dele”. Afirmou, ainda, que houve uma “tentativa de banalização do instituto da prisão preventiva” por parte da promotoria.
Correio do Povo