Ex-assessor da Presidência da República disse em vídeo que falou com 10 mil médicos da linha de frente da Covid-19
Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República, negou que tenha organizado um gabinete paralelo de orientação de Jair Bolsonaro (sem partido) em questões relativas à pandemia. Em vídeo publicado na tarde deste sábado ao lado do irmão e ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, ele se definiu como um pesquisador: “Meu histórico é de acadêmico, de cientista.”
A existência do gabinete paralelo é um dos principais focos de investigação do momento da CPI da Covid, em andamento no Senado Federal. “Os contatos que eu fiz foram feitos com outros pesquisadores, com outros médicos, num momento onde não havia vacinas”, disse Arthur. Segundo o ex-assessor, foi o próprio presidente que o designou para “acompanhar questões relativas ao tratamento precoce da covid-19”.
Ao longo de quase 23 minutos, os irmãos se dedicam em afirmar que Arthur vem do meio acadêmico e todo o seu estudo era no sentido de buscar uma alternativa para a doença. Arthur afirma ainda que, quando se deparou com as primeiras informações sobre tratamento precoce, foi na farmácia e comprou “o remédio da malária” [hidroxicloroquina]. Tomou por dois dias.
Vídeos disponíveis na rede social do presidente mostram um encontro de Bolsonaro com o chamado gabinete paralelo. Participam do encontro nomes como o deputado Osmar Terra (MDB-RS), a médica Nise Yamaguchi e o virologista Paulo Zanoto. Weintraub admite que organizou o evento, mas nega que o encontro fosse algum tipo de comitê de aconselhamento.
“Eu não organizei gabinete. Eu fazia contato científico e trazia as informações para o presidente. Dentro disso, eu organizei um evento em agosto de 2020. Acabei tendo contato com 10 mil médicos de linha de frente. Nesse evento, eu defendi a liberdade do médico de poder receitar remédios para os seus pacientes.”
No fim do vídeo, o ex-assessor diz que está à disposição para esclarecimentos. “Tenho orguilho da minha história. Não tenho problema algum em responder qualquer questão. Tudo o que eu fiz foi defendendo vidas e liberdade das pessoas”, finalizou.